Clubes associados irão avaliar os atos do gestor e, caso sejam constatados prejuízos à instituição, deliberar sobre as penalidades previstas no estatuto
Uma assembleia-geral extraordinária pode marcar o fim de uma era que não deixa saudades no futebol sul-mato-grossense. No dia 14 de outubro, os associados da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) realizarão o julgamento administrativo do presidente afastado, Francisco Cezário de Oliveira.
O ex-mandatário da FFMS foi preso no âmbito da operação “Cartão Vermelho”, acusado de integrar organização criminosa, peculato, furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Atualmente, ele está em liberdade provisória, usando tornozeleira eletrônica, enquanto aguarda julgamento.
Na assembleia, serão avaliados os atos do gestor, e, caso sejam constatados prejuízos à instituição, caberá aos associados deliberar sobre as consequências e penalidades previstas no estatuto. Cezário terá o direito ao contraditório e à ampla defesa, podendo se pronunciar oralmente durante o evento.
A reunião ocorrerá a partir das 14h, no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL), sendo restrita aos associados da Federação. Entretanto, o parecer jurídico que embasa o pedido de julgamento está disponível para consulta pública no site oficial da FFMS, visando dar transparência ao processo e acesso à informação para todos os interessados.
Após a prisão de Cezário, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) nomeou de forma interina Estevão Petrallas, ex-presidente do Operário, como presidente da FFMS.
Prisão de Cezário
O ex-presidente da federação foi acusado de desviar R$ 10 milhões do futebol sul-mato-grossense e foi preso pela primeira vez em maio deste ano, na Operação Cartão Vermelho, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Além dele, outras 11 pessoas foram denunciadas pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pelos mesmos crimes.
Cezário esteve à frente da Federação desde 1998, somando 26 anos no cargo, devido a diversas reeleições. Durante sua gestão, o futebol sul-mato-grossense ficou longe do que foi nas décadas de 1970 e 1980, quando Operário e Comercial estiveram entre as principais equipes do país.
Fonte: Midiamax