Artesãos de MS vendem mais de R$ 120 mil em peças no 17º Salão do Artesanato, em Brasília

O artesanato de Mato Grosso do Sul conquistou ainda mais espaço e reconhecimento no 17º Salão do Artesanato – Raízes Brasileiras, realizado em Brasília (DF), entre os dias 8 e 12 de maio. O evento reuniu artesãos e artesãs de todo o país e possibilitou a comercialização de produtos, divulgação e intercâmbio cultural.

Para participar da feira, os artistas sul-mato-grossenses contaram com suporte do Governo do Estado, por intermédio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul) e Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura). A FCMS foi responsável pela seleção dos artesãos e transporte das peças artesanais até a capital federal. O balanço total foi de aproximadamente R$ 120 mil, referente à venda de 4,6 mil peças, somando-se a comercialização individual e de associações. Ao todo, 120 artesãos de Mato Grosso do Sul foram atingidos diretamente com as vendas.

Os produtos artesanais sul-mato-grossenses se destacaram pela diversidade de materiais e técnicas empregadas, refletindo a riqueza cultural e a identidade do estado. “Em todas as feiras nacionais, nosso artesanato se destaca principalmente por refletir a fauna, a flora e a rica cultura. Tanto lojistas, quanto o varejo, procuram essa diversidade. Então, o Salão do Artesanato é mais uma grande vitrine para nossos talentosos artesãos, que trabalham arduamente e contribuem significativamente para a identidade cultural do nosso estado”, enfatiza o secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Ferreira Miranda.

Artesãos de MS vendem mais de R$ 120 mil em peças no 17º Salão do Artesanato, em Brasília
Desde a cerâmica tradicional até o entrelaçar habilidoso das fibras naturais, cada peça carregou consigo a essência da cultura sul-mato-grossense

Eduardo Mendes, diretor-presidente da FCMS, salienta o sucesso da participação do estado no 17º Salão do Artesanato ao divulgar os números alcançados. “É um feito que evidencia a qualidade e a diversidade dos produtos sul-mato-grossenses, e também impacta positivamente a economia local, beneficiando diretamente 120 artesãos que tiveram a oportunidade de mostrar seus talentos e gerar renda por meio do seu trabalho artesanal”.

Gerente de Desenvolvimento de Atividades Artesanais da FCMS, Katienka Klain, destaca a autenticidade do artesanato sul-mato-grossense, que se sobressai em feiras nacionais. “Temos um artesanato muito forte, um dos mais autênticos do país. As técnicas e materiais que utilizamos diferenciam nosso artesanato. A modelagem cerâmica, que reflete a cultura sul-mato-grossense, a população indígena, fauna, flora e a questão pantaneira, é muito procurada. A madeira também reflete toda essa riqueza cultural. São os carros-chefes, tanto a cerâmica quanto a madeira”.

Artesãos de MS vendem mais de R$ 120 mil em peças no 17º Salão do Artesanato, em Brasília
Leslie já levou peças do artesanato de MS para fora do país

“É através do artesanato que as pessoas conseguem transmitir a cultura para as gerações futuras. A participação em feiras gera renda e incentiva a continuidade dessa cultura. E no aspecto comercial, não é apenas a venda imediata que é importante, mas também o pós-venda, o networking que acontece após o evento, que é muito valioso”, finaliza Katienka.

Leslie Bassi Gaffuri é artesã ceramista há mais de 20 anos e atualmente preside a Uneart (União Estadual dos Artesãos do Estado de Mato Grosso do Sul). Nascida no Paraná, encantou-se pela cultura sul-mato-grossense e hoje faz questão de ressaltar as tradições indígenas por meio de sua arte, principalmente na confecção de bonecas de cerâmica.

Em menos de dois dias de feira, a artesã já havia comercializado todos os seus produtos. “O artesanato é minha fonte de renda. Essas feiras são fundamentais em nossas vidas, porque ocorrem rodadas de negócios, contato direto com o lojista. Trazemos caixas fechadas e felizmente conseguimos fechar negócio com diversos lojistas”, complementa Leslie, que já participou de inúmeras feiras nacionais e internacionais de artesanato, atuando na divulgação da arte e cultura das etnias indígenas presentes em Mato Grosso do Sul, além da prospecção de mercado.

Artesãos de MS vendem mais de R$ 120 mil em peças no 17º Salão do Artesanato, em Brasília
Lucimar reforça o artesanato de MS como referência em qualidade

Lucimar Maldonado Silva faz uso de fibras naturais para confeccionar seus produtos e há 15 anos atua como intermediadora comercial, negociando peças de artesãos indígenas, especialmente da etnia terena, em feiras pelo país. “Após participar de diversas feiras, acompanhei toda a evolução da cadeia produtiva do artesanato e vejo a dimensão que o artesanato sul-mato-grossense ganhou. Somos referência em termos de qualidade, de produção, de responsabilidade com a entrega do produto”.

Em feiras com o Salão do Artesanato, em Brasília (DF), as peças artesanais são colocadas em evidência a pessoas e mercados de diversas nacionalidades. “Estamos alcançando não apenas o mercado brasileiro, mas também o mercado internacional. Hoje, por exemplo, já conseguimos colocar os produtos para serem produzidos no Japão. Além disso, participar de uma feira nacional é importante porque traz dinheiro para movimentar a cultura e a economia do nosso estado. O artesanato faz um processo diferente, trazendo dinheiro de fora e injetando na nossa economia. Isso faz uma grande diferença”, explica Lucimar.

De Aquidauana, Kevin Constantino expressa sua criatividade tendo a cabaça como matéria-prima. É por meio do fruto de casca dura e resistente que o artesão confecciona luminárias, porta-talheres e demais recipientes e utensílios domésticos. “Hoje, o artesanato, além de gerar renda, é um momento de inspiração e uma terapia para mim”, confessa.

Artesãos de MS vendem mais de R$ 120 mil em peças no 17º Salão do Artesanato, em Brasília
Kevin trabalha com artesanato há seis anos e enxerga a arte como terapia em sua vida

Para ele, o Salão do Artesanato foi um espaço de troca de experiências e conhecimentos. “A gente acaba fazendo amizade com artesãos de vários outros estados, trocando informações até mesmo sobre a tipologia, matéria-prima, mercadorias. É de suma importância, porque não trabalhamos só”.

Lucas Castro, Comunicação Setesc
Fotos: Ricardo Gomes/FCMS

Fonte: Governo MS