15/06/2015 07h
Ele não se conforma pelo fato de André Puccinelli não ter se dedicado a sua candidatura, preferindo pedir votos para o senador Delcídio do Amaral (PT) e para a presidente Dilma Rousseff.
Conjuntura Online
O ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, deixou os quadros do PMDB alegando traição de alguns correligionários e após troca de farpas com o ex-governador André Puccinelli, principal liderança do partido em Mato Grosso do Sul.
A derrota frustrante na campanha para o governo do Estado no ano passado teria sido o fator principal da desfiliação de Nelsinho, que alegou falta de empenho dos ex-companheiros de partido durante o pleito.
Nelsinho sai do partido depois de 24 anos de convivência com André Puccinelli, com quem sequer conversou antes de tomar sua decisão. Os dois usaram a imprensa para mandar recado e estocadas.
Ele não se conforma pelo fato de André Puccinelli não ter se dedicado a sua candidatura, preferindo pedir votos para o senador Delcídio do Amaral (PT) e para a presidente Dilma Rousseff.
Outro que também apoiou Delcídio foi o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos, hoje conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado).
Apesar da desfiliação, Nelsinho disse em entrevista ao site Campo Grande News, que só definirá seu destino após a votação da proposta de reforma política em discussão no Congresso Nacional.
Antes de anunciar seu desligamento do PMDB, pelo qual foi prefeito da Capital por dois mandatos consecutivos, Nelsinho foi aconselhado publicamente pelo seu irmão e ex-deputado federal Fábio Trad a tomar uma atitude.
Fábio Trad, que foi o primeiro a sair do partido alegando falta de empenho dos correligionários em sua campanha à reeleição, usou as redes sociais para pedir que Nelsinho deixasse de ser humilhado e tomasse um rumo em sua vida política.
Além de Fábio e Nelsinho, o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) também deve tomar o mesmo caminho. Campeão de votos nas últimas eleições, ele pensa em disputar a prefeitura da Capital por outro grupo político. A alegação é a mesma: falta de companheirismo.
AUSÊNCIA
O prenúncio da desfiliação de Nelsinho foi notado com a sua ausência na reunião do diretório regional, ocorrida no começo do mês, quando o partido decidiu mapear as bases para medir sua densidade eleitoral.
Fragmentado, após ser derrota nas eleições para o governo em 2014, o PMDB se reuniu para discutir o processo sucessório do ano que vem, quando planeja lançar candidatos a prefeito em Campo Grande e nos demais municípios do Estado.
Durante a reunião, ocorrida na sede do diretório regional, o partido decidiu dividir responsabilidades, ou seja, indicando cada uma de suas lideranças para cuidar de determinadas regiões.
Na prática, o partido quer saber onde é possível vencer as eleições municipais com candidato próprio e, se for o caso, apoiar eventuais aliados.
A disputa do ano que vem é a primeira prova de fogo dos peemedebistas depois que o PMDB perdeu o controle do governo do Estado.
Apesar de controlar o maior número de municípios do Estado, a cúpula partidária foca prefeituras estratégicas, como Campo Grande, Dourados e Três Lagoas, mas vai se esforçar para manter as cerca de 20 que ainda estão sob seu domínio.
O exemplo disso é que, durante a reunião, o PMDB incumbiu uma comissão de promover pesquisas de intenções de voto em 22 municípios com maior número de eleitores no Estado na tentativa de escolher os nomes viáveis dentro do grupo.
Principal liderança do partido no Estado, André Puccinelli ficou responsável por fazer esse levantamento na Capital, Dourados, Corumbá, Ponta Porã e Naviraí.
O deputado estadual Eduardo Rocha fará a sondagem na região de Três Lagoas, seu principal reduto eleitoral, incluindo Inocência, Cassilândia, Paranaíba e Água Clara.
A realização de pesquisas para aferir o potencial de seus pré-candidatos não é novidade nos quadros da legenda, isso porque há anos o próprio André Puccinelli adota esse critério em períodos pré-eleitorais.

