Abatedouro clandestino em MS ‘maquiava’ refugos de granjas para a venda como galinhas caipiras, diz polícia

Abatedouro foi fechado na manhã desta quinta-feira (22), em Campo Grande por policiais da Decat e da Decon e por fiscais do CCZ.

23/08/2019 06h – G1 MS

Policiais das delegacias de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista (Decat) e de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo (Decon) e fiscais do Centro de Controle de Zoonoses de Campo Grande (CCZ) fecharam nesta quinta-feira (22) um abatedouro clandestino de frangos, que funcionava no fundo de uma casa no bairro Parque do Lageado, na região sul da cidade.

Segundo o delegado Maércio Alves Barbosa, da Decat, as galinhas abatidas no local eram refugos de granjas – animais que não serviam para comércio. As aves haviam sido compradas por um valor baixo e que depois de mortas recebiam a aplicação de uma solução com corante para ficarem com uma tonalidade mais escura e serem vendidas como “galinhas caipiras”, por um preço bem maior.

O delegado disse também que os abates desta quinta começaram bem no ínicio da manhã e que quando os policiais e fiscais chegaram ao legal, parte do frango, já maquiado para a venda, havia sido levado para outro endereço.

O delegado Wilton Vilas Boas, da Decon, esteve nesse outro endereço, mas não encontrou ninguém. A proprietária da casa, Maria Aparecida de Almeida, 61 anos, disse que um sobrinho havia pedido que ela preparasse os frangos e como ela não tem renda, aceitou o trabalho.

As unidades policiais trabalham agora para identificar todos os envolvidos com o esquema de abates clandestinos. Eles vão responder por crime ambiental, já que o solo estava sendo contaminado com o sangue dos animais; por furto de energia que foi descoberto no imóvel onde funcionava o abatedouro e também por comercializarem alimentos impróprios para o consumo.

Depois de abatidas as aves recebiam a aplicação de uma solução para ficarem com a tonalidade mais escura e serem vendidas como 'galinhas caipiras

Policiais descobriram que galinhas que eram refugos de granjas, ou seja, que não tinham valor comercial, eram compradas por um preço baixo para serem abatidas e 'maquiadas' — Foto: Juliene Katayama/TV Morena