11/12/2017 05h50
Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, Secretário do Estado e deputado federal.
Divulgação (TP)
Caro leitor me perdoe o que disse aqui neste espaço anteriormente: – que não estava acreditando na Reforma da Previdência. Todavia, hoje até sinto certa obrigação de comentar porque andei fazendo minhas contas e penso que, de tão necessária, ela terá que ser aprovada – se não for agora, no próximo governo com certeza.
Necessária porque, não apenas o país, mas os Estados e quase todos os municípios estão literalmente quebrados e nós todos sabemos disso, inclusive os deputados e senadores.
Além do desequilíbrio financeiro da União, Estados e municípios, ainda há a questão moral de se fazer justiça, ou melhor, criar um equilíbrio entre os rendimentos dos aposentados no funcionalismo público e no privado.
Se for, então, uma reforma necessária, quem estaria contra ela? Em primeiro lugar estaria os partidos do “Fora Temer” que no Congresso Nacional seriam, na sua maioria, deputados e senadores do PT. Mas com esses, nem mesmo o próximo presidente poderá contar, pois historicamente sempre foram contra qualquer proposta de um governo que não seja o deles – você lembra? Nem mesmo a nossa atual Constituição eles aprovaram em 1988.
Contra também estaria grande parte dos atuais funcionários públicos e a maioria absoluta dos já aposentados que podem pressionar deputados e senadores a se declararem contrários. Pensando nesses, quantos parlamentares poderiam sofrer esse tipo de pressão? Em minha opinião, um número muito pequeno porque os deputados sabem muito bem avaliar a porcentagem de eleitores que podem lhe ser fiéis nesse grupo e comparar a vantagem que teriam ao agradar os eleitores do grande grupo que querem e sabem a necessidade de aprovar a Reforma da Previdência.
Outros grupos contrários existem e vejo alguns como muito eficientes que usam a internet para fazer oposição a essa Reforma. Vou salientar um, aquele que apresenta a dívida dos bancos ao INSS – e inclui até a Caixa e o Banco do Brasil – afirmando que se o governo cobrasse a dívida dos banqueiros não haveria déficit na Previdência.
Em primeiro lugar duvido que os bancos tenham essa dívida monstruosa com o INSS porque com apenas 10% do lucro líquido de um ano qualquer banco pagaria essa suposta dívida. Segundo, a cobrança pelo governo dessa suposta dívida apenas cobriria o rombo deste ano e nos futuros anos o desastre continuaria aumentando. Em terceiro lugar, na Reforma colocaríamos mecanismos para evitar que existam grandes devedores da Previdência; inclusive para que a União não deixe de contribuir com sua parte e assuma a responsabilidade dela no rombo histórico.
Os Estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com seus graves problemas financeiros estão aí, na nossa cara, nos mostrando que precisamos ter pressa para enfrentar esse problema e resolvê-lo. Caso contrário haverá a deterioração completa dos serviços públicos como a Saúde, Segurança e Educação – que é o que está acontecendo em quase todo país.
Completando diria que o problema da Previdência não é apenas nosso, dos brasileiros, mas da maioria dos países desenvolvidos. Quase todos os países da EU, União Europeia, estão às voltas com esse problema e cada um com suas particularidades.
O Brasil também tem suas particularidades para discutir e resolver na questão da Reforma da Previdência e todo político sabe que esse trabalho precisa ser feito com a máxima urgência.
- Membro da Academia Douradense de Letras; foi vereador, Secretário do Estado e deputado federal. ([email protected])