A greve nacional dos peritos, que teve início em agosto de 2024, vêm impactando o atendimento
“A atendente falou que tem que rezar para ser atendida no dia 9, mas já venho rezando há muito tempo”, diz Teresinha Socorro Jacinto, de 53 anos. A professora é só mais uma entre várias pessoas que, nesta segunda-feira (6), ficaram sem receber atendimento na agência do Horto Florestal do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
A greve nacional dos peritos, que teve início em agosto de 2024, vêm impactando o atendimento na Capital de Mato Grosso do Sul há meses. Esperando passar pela perícia desde novembro, Teresinha precisou remarcar pela terceira vez o agendamento após não conseguir passar pelo médico nesta segunda. “É muita humilhação, descontaram do meu salário por 30 anos e agora tenho que passar por isso”, desabafa.
Dessa vez, o atendimento ficou para o dia 9 de janeiro, na quinta-feira. A professora, que tem depressão e crise de ansiedade, está tentando se aposentar desde o ano passado, porém não consegue dar continuidade ao processo.
Na porta da agência da Rua Anhanduí, Franklin José da Costa, lamentou a viagem perdida. Encarregado de loja, ele veio de Paranaíba, a 408 km de Campo Grande, porque precisa passar pelo médico especialista que atende somente na Capital.
Há sete meses, ele está afastado do trabalho devido a uma fratura na mão esquerda que o fez perder o movimento de dois dedos. Sem remuneração, ele está tentando passar pela perícia para conseguir o auxílio-doença.
Franklin conta que ontem recebeu uma notificação do aplicativo do INSS confirmando a perícia, porém, só hoje descobriu que não tinha nenhum médico para fazer o atendimento. Na porta, segundo o encarregado de loja, uma atendente do INSS o aconselhou a rezar para o atendimento dar certo.
Pela quarta vez, Paula Rodrigues Ferreira, de 37 anos, e a mãe, Donária Rodrigues Costa Ferreira, de 60 anos, foram em vão à agência. Donária quebrou a mão e teve tendões e nervos rompidos no ano passado e desde então recorre ao auxílio-doença pelo INSS.
Diante dos sucessivos reagendamentos, Paula comenta que o benefício faz falta para a mãe. “É uma falta de consideração, porque a gente recolhe justamente para isso e é um direito nosso. O benefício faz muita falta para minha mãe, ela foi reagendada para o dia 9 de janeiro, daqui a três dias”, afirma.
Hoje, um atendente informou para mãe e filha que alguns dos médicos estão em greve, porém os que não aderiram estão de recesso ou atestado.
A reportagem procurou a assessoria do INSS, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.
Fonte: Campograndenews