Após declaração oficial do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, informando que a gigante francesa deixaria de comercializar carne produzida no Mercosul, sob “risco de inundação do mercado francês com carne que não atende às suas exigências e normas”, o deputado estadual Paulo Corrêa (PSDB) saiu em defesa dos produtores rurais e exigiu respeito ao agronegócio brasileiro.
“O que estão fazendo com a gente é sacanagem. O agronegócio brasileiro merece respeito, os produtores rurais merecem respeito. Nós temos a melhor carne do mundo, somos os maiores produtores de proteína animal do mundo, e não estou falando só de boi, mas de porco, de frango. Agora, colocarem dúvida sobre a sanidade animal do Mercosul, é um absurdo”, reagiu o 1º secretário da Assembleia Legislativa.
Na avaliação de Paulo Corrêa, a declaração do CEO foi uma estratégia deliberada para minar a reputação do agronegócio brasileiro e enfraquecer a competitividade do Mercosul nos mercados internacionais.
“A França compra apenas 3% do que produzimos. Ele está tentando prejudicar nossos outros mercados. Se fosse o contrário, no dia seguinte haveria uma hecatombe mundial. Mas aqui não. Nós não somos colonizados pela França. Eles precisam respeitar o agronegócio brasileiro”, afirmou Corrêa, destacando a importância de defender o setor produtivo do país.
O parlamentar destacou a credibilidade e o alto padrão da produção brasileira, amplamente reconhecida no cenário internacional, e elogiou a rápida resposta das lideranças do setor agropecuário.
“O agronegócio brasileiro é referência no mundo todo, e diante dessa tentativa de desestabilização, nossas lideranças agiram com firmeza e responsabilidade. Quero parabenizar especialmente o Ministério da Agricultura, os governadores Eduardo Riedel (PSDB), de Mato Grosso do Sul, e Mauro Mendes (União Brasil), de Mato Grosso, além da senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP), pelo trabalho exemplar na defesa do setor”, afirmou Corrêa.
Boicote
Em comunicado endereçado ao Sindicato Nacional dos Agricultores Franceses, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, informou que a gigante deixaria de comercializar carne proveniente do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
“Em toda a França, ouvimos o desespero e a indignação dos agricultores diante do projeto de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul e o risco de inundação do mercado francês com carne que não atende às suas exigências e normas”, disse o CEO.
A declaração gerou rápida reação do mercado Brasileiro. Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias de Carne (Abiec) lamentou o posicionamento do executivo. “É contraditório, vindo de uma empresa que opera cerca de 1.200 lojas no Brasil, abastecidas majoritariamente com carnes brasileiras”.