Principais vagas de trabalho foram para alimentadores de linha de produção, magarefes e operadores de comércio
Mato Grosso do Sul integrou 4.705 venezuelanos no mercado de trabalho em 2023, tornando-se o sétimo Estado que mais recebeu essa população imigrante, de acordo com a 78ª edição do BMT (Boletim de Mercado de Trabalho). Além dos venezuelanos, o Estado também recebeu 710 haitianos e 31 afegãos.
No Brasil, 125.131 venezuelanos foram contratados formalmente em 2023, com um salário médio de R$ 1.905,40, abaixo da média nacional de R$ 2.026,33. As principais ocupações para imigrantes foram alimentadores de linha de produção, magarefes e operadores de comércio.
Desde abril de 2017, os dados da Rais (Relação Anual das Informações Sociais) e do Caged ( Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) registraram um saldo de 122.420 venezuelanos empregados formalmente no Brasil.
Venezuelanos viram maioria – Conforme noticiado anteriormente, os imigrantes venezuelanos já formam a maior comunidade estrangeira em Mato Grosso do Sul. A Polícia Federal informou que, até outubro do ano passado, o Estado abrigava 10.827 venezuelanos, superando os paraguaios, que somavam 9.789 residentes.
Em terceiro lugar estão os bolivianos, com 3.392 residentes ativos. No total, em 2023, haviam 31.916 imigrantes residentes em Mato Grosso do Sul, segundo dados da Polícia Federal.
Além disso, entre abril de 2018 e janeiro de 2024, Dourados, a 251 km de Campo Grande, foi a quinta cidade brasileira que mais acolheu migrantes e refugiados venezuelanos por meio da Operação Acolhida. De acordo com o governo federal, 4.248 migrantes e refugiados foram recebidos nesse município.
Em um cenário nacional, dados divulgados pela plataforma interativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública, ao final de 2023, indicam que o Brasil contava com mais de 710 mil pessoas, de 163 nacionalidades, com necessidade de proteção internacional.
Desse total, 134 mil são reconhecidos como refugiados; 70 mil são solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado; 505 mil são outras pessoas com necessidade de proteção internacional, majoritariamente da Venezuela e do Haiti; e dez são apátridas.
Direito ao refúgio – De acordo com o estudo, ao chegarem ao Brasil, os venezuelanos podem solicitar o reconhecimento como refugiados ou, desde março de 2017, optar pelo acesso à residência temporária, estabelecida pelo governo federal por meio de sucessivas normas, como uma via complementar ao pedido de refúgio.
Em junho de 2019, o Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) reconheceu que a Venezuela passa por uma situação de “grave e generalizada violação de direitos humanos”, o que permitiu simplificar e agilizar a análise dos pedidos de refúgio no Brasil.
O governo federal aponta que os venezuelanos no Brasil possuem grande potencial de contribuir para o crescimento econômico do país, bem como para o desenvolvimento e diversificação da economia local. No Brasil, diferentes níveis de governo têm trabalhado para fortalecer políticas públicas que promovam a inclusão socioeconômica dessas pessoas.
A estratégia de interiorização da Operação Acolhida, por exemplo, facilita a realocação voluntária de venezuelanos desde Roraima, na fronteira com a Venezuela, para outras regiões do Brasil, onde encontram melhores oportunidades de inclusão social e econômica.
Fonte: Campograndenews