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quarta-feira, 9 de outubro, 2024
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Falta de chuvas em Dourados: saiba quais os impactos para a plantação de soja e a sucessão no milho safrinha

A ausência de chuvas regulares em Dourados, uma das maiores produtoras de soja e milho do Mato Grosso do Sul, tem levantado preocupações entre agricultores e especialistas do setor. A seca prolongada, que já se estende por semanas, pode trazer impactos significativos para as safras dessas culturas, fundamentais para a economia local e nacional.


De acordo com Danieli Nunes, coordenadora do curso de Agronomia da Faculdade Anhanguera, a escassez hídrica pode comprometer o desenvolvimento adequado tanto da soja e, posteriormente, da cultura subsequente do milho safrinha, duas culturas extremamente sensíveis às variações climáticas.


“A soja e o milho necessitam de um volume considerável de água durante o período de floração e enchimento de grãos. Quando não há chuva, especialmente em estágios críticos como esses, o resultado é uma redução significativa no potencial produtivo”, explica.


A especialista destaca ainda que a falta de chuvas não afeta apenas o rendimento das lavouras, mas também a qualidade do solo. “Sem uma quantidade adequada de precipitações, os nutrientes do solo não são devidamente disponibilizados às plantas. Isso, aliado ao calor excessivo, cria um cenário desfavorável ao desenvolvimento das culturas, gerando perdas financeiras significativas para os produtores”, complementa.


Os produtores da região já estão adotando medidas de mitigação, como o uso de tecnologias de irrigação e práticas agrícolas sustentáveis. No entanto, sem uma melhora no regime de chuvas nas próximas semanas, estima-se que a colheita deste ano possa registrar uma queda histórica.


Com Dourados sendo um polo agrícola estratégico para o estado e o país, os impactos da seca podem se refletir diretamente na economia local. Menores safras de milho e soja significam menor geração de renda para os produtores, além de possíveis elevações no preço dos grãos no mercado, afetando toda a cadeia de produção alimentícia e de exportação.


A docente reforça a importância de políticas públicas voltadas à gestão de recursos hídricos e à criação de estratégias de adaptação às mudanças climáticas. “Precisamos pensar em soluções a longo prazo. O clima está mudando, e a agricultura, sendo uma atividade extremamente dependente das condições climáticas, precisa estar preparada para enfrentar esses novos desafios”, finaliza.