Os disparos atingiram uma das lanternas do automóvel, placa, bancos e para-brisas.
Após ouvir barulhos de tiros em frente à casa que mora, oficial de justiça, 37 anos, encontrou seu carro cravejado de balas. Os fatos ocorreram no domingo, na região central de Coronel Sapucaia, mas o boletim de ocorrência foi registrado nesta segunda-feira (2).
Conforme consta no registro policial, por volta das 23h do domingo, o servidor ouviu uma motocicleta passando em frente a sua residência, minutos depois ele escutou o barulho dos tiros. Por se tratar de um município que faz fronteira com o Paraguai, local onde é comum ocorrer tiros, o oficial de justiça não se atentou que os disparos foram em seu veículo.
Na segunda-feira, por volta das 13h, a vítima saiu de casa para trabalhar e viu que o pneu do carro que fica estacionado do lado de fora da residência estava furado. Ao abrir o porta-malas para pegar o estepe do veículo, percebeu que os tiros tinham acertado seu veículo.
Os disparos atingiram uma das lanternas do automóvel, placa, bancos e para-brisas. A vítima acionou a Polícia Civil, que foi até o local fazer o isolamento da área para aguardar a chegada da perícia. No chão próximo ao carro foi recolhida uma cápsula, as outras ficaram alojadas na lataria do carro.
Câmera de segurança do imóvel do oficial de justiça registrou o momento em que uma moto passa em frente a casa, vai até a esquina e ao retornar os ocupantes efetuam os disparos, o equipamento tem áudio e capturou o barulho do tiro.
Devido a posição em que o equipamento está instalado, os tiros não foram capturados. Na rua existem outras residências com equipamentos de monitoramento que serão recolhidos pela equipe de investigação.
O Campo Grande News conversou com a vítima nesta manhã, o rapaz informou que entendeu o ocorrido como um recado em decorrência de sua profissão. “Estou bem apreensivo, me aconselharam pedir transferência, mas vou me manter aqui. Faço o melhor que posso no meu trabalho, claro que isso gera apreensão, mas não pretendo ir embora, a não ser que o Tribunal de Justiça me mande embora e fale que preciso sair da cidade”, disse.
Segundo o homem, ele e os colegas de profissão estão com medo. “Embora eu esteja tentando ser forte nesse momento, a sensação dos outros servidores do Fórum de Coronel Sapucaia é de muita insegurança”, finalizou.
Projeto de lei – Em agosto do ano passado o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa para incluir um artigo no Código de Organização e Divisão Judiciárias reconhecendo Coronel Sapucaia como uma comarca de difícil provimento e tentar criar um atrativo para que um magistrado se fixe na cidade. Para isso, será criada uma gratificação de 10% sobre o vencimento. A cidade fica na fronteira com o Paraguai, região de Amambai, e é reconhecidamente uma região de atuação de facções criminosas.
No texto remetido à Assembleia, o presidente do TJ, desembargador Sérgio Martins, menciona que a iniciativa foi primeiro analisada em conjunto pelos integrantes da Corte. Ele pontua que é uma tentativa de manter um juiz residindo na cidade, diante de manifesto desinteresse. Conforme ele, trata-se de um esforço para atender “o superior interesse público”.
Fonte: Campograndenews