A enxurrada devastadora percorreu 8 km até chegar à rodovia.
Do alto é possível ter a dimensão do que era o lago do Nasa Park e como ficou o loteamento de alto padrão localizado no município de Jaraguari. O que era o paraíso particular de proprietários de mansões de veraneio, a cerca de 30 km de Campo Grande, virou lama.
Vídeos de divulgação do empreendimento no Youtube mostram um fim de tarde no lago que “enfeitava” o quintal dos imóveis, vários deles com quiosques e decks de acesso à represa. Passeios com jet skis e pequenas lanchas eram o entretenimento dos donos das mansões, comercializadas por valores que variam de R$ 2,1 milhões a R$ 5 milhões, conforme anúncios feitos em página que reúne corretores e imobiliárias.
O lago era o atrativo. Os anúncios de imóveis para venda fazem questão de destacar a vista para a represa. Para alguns, o local foi escolhido para moradia, como fez Nilson Fernando de Oliveira. Mais cedo, em entrevista o Campo Grande News, ele disse que está surpreso e triste com a catástrofe.
Já as imagens feitas nesta terça-feira (20), após o rompimento da barragem, mostram o rastro de destruição a partir do km 500 da BR-163. A enxurrada devastadora percorreu 8 km até chegar à rodovia.
Pelo caminho, a água carregou o que havia. “Atropelou”, por exemplo, a casa onde a aposentada Luzia Ramos do Prado, de 60 anos, vive com um filho e netos. Ela foi avisada pela filha, que recebeu alerta, por sua vez, da Defesa Civil. “Deu tempo de entrar no carro e sair. Foi um estrondo, hoje eu estou vivendo um pesadelo. Os três minutos que Deus fez a gente sair com vida. Foi Deus e eu creio nisso e vou morrer crendo nisso”, destacou.
As causas do rompimento ainda estão sendo apuradas. No local, além da Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, técnicos do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e a perícia da Polícia Civil estão no local para levantar os dados necessários para as apurações oficiais.
Fonte: Campograndenews