Na Bienal de Veneza, artistas e comunidades indígenas narram uma história de resistência

Marcella Oliveira Na Bienal de Veneza, artistas e comunidades indígenas narram uma história de resistência

Na Bienal de Veneza, artistas e comunidades indígenas narram uma história de resistência
Marcella Oliveira

Na Bienal de Veneza, artistas e comunidades indígenas narram uma história de resistência

O Pavilhão Hãhãwpuá emerge como um símbolo poderoso na 60ª Exposição Internacional de Arte – La Biennale di Venezia, representando a profunda conexão dos povos originários no Brasil pós-colonia. Sob a curadoria de Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana, a exposição Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam marca uma virada histórica, oferecendo uma voz inédita aos povos indígenas brasileiros no palco da Bienal de Veneza, com obras e curadores indígenas.

Denilson Baniwa, Gustavo Caboco Wapichana e Arissana Pataxó
Denilson Baniwa, Gustavo Caboco Wapichana e Arissana Pataxó | Foto: divulgação

Explorando temas como marginalização, desterritorialização e violação de direitos, as obras dos artistas Glicéria Tupinambá – com a Comunidade Tupinambá da Serra do Padeiro e Olivença, na Bahia –, Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó desvelam narrativas de resistência e a interconexão essencial entre humanidade, pássaros, memória e natureza.

“A mostra reúne a Comunidade Tupinambá e artistas pertencentes a povos do litoral – os primeiros a serem transformados em estrangeiros no seu próprio Hãhãw (território ancestral) –, a fim de expressar outra perspectiva sobre o amplo local onde vivem mais de trezentos povos indígenas (Hãhãwpuá). O Pavilhão Hãhãwpuá narra uma história da resistência indígena no Brasil, a força do corpo presente nas retomadas de território e as adaptações frente às urgências climáticas” , afirmam os curadores.

Na Bienal de Veneza, artistas e comunidades indígenas narram uma história de resistência
Foto: divulgação
Na Bienal de Veneza, artistas e comunidades indígenas narram uma história de resistência
Foto: divulgação

O Pavilhão Hãhãwpuá emerge como um testemunho vivo da resiliência indígena no Brasil. Na instalação Okará Assojaba, Glicéria Tupinambá colabora com sua comunidade para criar um manto coletivo, acompanhado por cartas enviadas aos museus detentores de artefatos tupinambás e outras partes de sua cultura. Em sua videoinstalação Dobra do Tempo Infinito, ela tece diálogos entre gerações por meio de sementes, terra, redes de pesca e jererés, em que as tramas das redes de pesca e a dos trajes tradicionais se conectam.

Olinda Tupinambá, por sua vez, confronta a relação destrutiva da civilização com o planeta em Equilíbrio, enquanto Ziel Karapotó mergulha na resistência indígena em Cardume, uma instalação que ecoa a luta histórica por territórios por meio de elementos simbólicos e sonoros, entre torés (cantos tradicionais do povo Karapotó) e sons de disparos de armas de fogo.

Na Bienal de Veneza, artistas e comunidades indígenas narram uma história de resistência
Olinda Tupinambá | Foto: divulgação
Na Bienal de Veneza, artistas e comunidades indígenas narram uma história de resistência
Ziel Karapotó | Foto: divulgação

Este fascinante panorama estará em exibição no Pavilhão do Brasil ao longo da Bienal de Veneza, até o dia 24 de novembro de 2024, prometendo uma jornada reveladora por meio das narrativas e expressões dos povos originários do Brasil.

@bienalsaopaulo
www.bienal.org.br

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Fonte: Nacional