Durante sessão do Parlim, vereadores esclarecem mal-entendido na linha de fronteira

Durante sessão do Parlamento Internacional Municipal (Parlim), realizado nesta terça-feira, dia 16, no Palácio Municipal José Carlos Acevedo Quevedo, os vereadores de Ponta Porã e os Consejales de Pedro Juan Caballero, esclareceram um mal-entendido que ganhou repercussão após divulgação de notícias em veículos de mídia da capital Assunção. O fato é que durante execução de obra na faixa de fronteira, servidores de uma empresa privada que realizam pavimentação asfáltica para alargamento da MS-164 acabaram provocando incidente com maquinário pesado ao atingir dois marcos divisórios entre Brasil e Paraguai.

Logo ao abrir a sessão, o presidente da Junta Municipal, Cezar Lesme, fez questão de falar sobre a legalidade do projeto de revitalização da linha internacional que está sendo executada com recursos do Fonplata, viabilizados pela Prefeitura de Ponta Porã. “Se trata de uma obra que compreende o trecho do Fortis Atacadista até o Shopping China e que vai garantir benefícios para todos os cidadãos fronteiriços. Se trata de um projeto que antes de ser iniciado foi apresentado e discutido em audiência públicas com autoridades locais, regionais e nacionais do Brasil e do Paraguai e que cumpre rigorosamente o que está previsto nas leis para faixas de fronteira, onde podem ser realizadas obras de construção de avenidas, praças e estacionamento de livre acesso para todos”, disse Lesme.

Logo depois, o presidente da Câmara Municipal de Ponta Porã, Agnaldo Miudinho, disse que o fato repercutido pela imprensa de Assunção aconteceu, mas que não foi nada intencional, que se trata de um incidente, que já foi corrigido. “Não foi uma coisa deliberada, tanto que logo após o acontecido foi feita convocação da Comissão de Limites do Brasil e toda a situação foi acompanhada pelo engenheiro da Prefeitura de Ponta Porã. Os marcos foram recolocados no mesmo lugar e até é importante lembrar que já ocorreram esses tipos de incidentes outras vezes, como quando da realização de obras no lado paraguaio na frente do Maxi e também nas imediações do Shopping China e que também foram rapidamente recolocados sem nenhum trauma, até porque aqui nós somos um só povo”, disse.

Agnaldo Miudinho ressaltou que o alargamento da MS-164 é uma obra que está sendo executada pela gestão do prefeito Eduardo Campos e que tem objetivo de transformar a entrada da fronteira em um novo cartão postal. “O embelezamento da linha internacional visa atrair mais turistas para a nossa fronteira, ganha Pedro Juan Caballero com mais turismo de compras e ganha Ponta Porã com a sua rede de serviços, hotéis, bares, restaurantes, entre outros. Se a gente rebuscar a recente história vai perceber que há pouco mais de 10 meses esse local onde as obras estão sendo executadas era depósito de lixo. Com investimento em infraestrutura vamos mudar a realidade e logo brasileiros e paraguaios poderão desfrutar de muito lazer na linha internacional, Ponta Porã e Pedro Juan Caballero são cidades irmãs, gêmeas, e por isso fazemos questão de fazer esse esclarecimento de que tudo não passou de um mal-entendido e que respeitamos a soberania do país irmão Paraguai”, ressaltou Agnaldo Miudinho.

DESINFORMAÇÃO

O consejal de Pedro Juan Caballero, Santiago Benitez, disse que o fato só ganhou repercussão porque a imprensa de Assunção divulgou. “Mas não consultaram a Junta Municipal, não ouviram as autoridades, e o fato acontecido já tinha sido comunicado oficialmente e a solução já estava a caminho. Não podemos alimentar campanha de desinformação, que não contribui e só prejudica o desenvolvimento da fronteira. A soberania está preservada, as obras são legais e temos orgulho de viver nas cidades gêmeas da fronteira”.

Na sequência, o vereador Marcelino Nunes disse que as obras não desrespeitam a soberania e que é preciso discutir os problemas comuns das duas cidades. “É necessário ajuda mútua, uso da linha internacional de forma conjunta. Não nos interessa criar polêmica. Na época da pandemia nos cortava o coração aquela separação entre as duas cidades gêmeas, por isso defendemos sempre o respeito e o diálogo”, disse.

A consejal Angélica Valdez disse que a Junta também não aprova criação de polêmicas que não contribui em nada com a população. “Existe fatalidade, podemos cometer algum erro, agora nós estamos aqui é para buscar soluções para os problemas. Somos cidades irmãs de verdade e essa reunião é fundamental para esclarecer qualquer tipo de dúvida. Vamos continuar trabalhando sempre com o espírito de irmandade”, disse Angélica.

Mahiba Carolina Yunis de Acevedo, consejal municipal, disse que a MS-164 onde estão sendo realizadas as obras de alargamento sempre foi uma via no lado brasileiro muito utilizada pelos paraguaios residentes em bairros como Villa Guilhermina. “Agora essa região está melhorando substancialmente e não podemos criticar. Se trata de uma grande obra que beneficia brasileiros e paraguaios. Não podemos aceitar a desinformação repassada por correspondente de jornal de Assunção. Temos que continuar trabalhando com irmandade até porque a questão foi esclarecida e o problema resolvido, vamos seguir dialogando”, disse.

Outra que se manifestou foi Zulma Maria Icassatti de Acevedo. “Sabemos que nunca tivemos problemas de relacionamento na fronteira, são coisas criadas pela imprensa da capital do nosso país. É preciso que venham conhecer a realidade e peço desculpas e reconheço a valentia dos vereadores de Ponta Porã, que se prontificaram em vir aqui esclarecer a situação e, nós pedrojuaninos, seremos os maiores beneficiados e temos que agradecer ao prefeito Eduardo Campos e vamos seguir trabalhando pela nossa população. Unidos sempre”, disse Zulma.

CIDADES IRMÃS

A vereadora Anny Espínola falou durante a sessão do Parlim, ela destacou o momento importante para discutir os problemas comuns nos dois lados da fronteira. “Somos cidades irmãs e temos muito orgulho disso. Nosso objetivo é somar forças na fronteira e ficamos felizes com essa oportunidade de estarmos na Junta Municipal trazendo os necessários esclarecimentos de que tudo está sendo conduzido como manda a lei. Vamos continuar trabalhando com responsabilidade, com a verdade, sem sensacionalismo e buscando sempre o diálogo”, destacou.

O vereador Ricardo Torraca disse que participar da sessão do Parlim foi um dia histórico e que é preciso seguir trabalhando unidos e mostrando as coisas reais. O vereador Marquinhos disse que é estreante nas sessões do Parlim. Disse que se trata de um espaço para discutir assuntos relevantes e de grande importância para a população. O vereador Edinho Quintana também se manifestou e falou da importância dos esclarecimentos e defendeu mais projetos em parceria. A vereadora Ângela Derzi, Kleber Ortiz, Vanderlei Avelino, Edevaldo Mattoso Barbosa e José Menino Júnior, também participaram da sessão e apoiaram a decisão de prestar esclarecimentos sobre o ocorrido na linha internacional.

A consejal Maria Lourdes Amarilla Rodriguez agradeceu ao presidente da Câmara de Ponta Porã, Agnaldo Miudinho, pelas explicações e disse que é preciso combater a mentira e que o Paraguai é um excelente país para investimentos. “Somos cidades irmãs e não poderia deixar passar a oportunidade de dizer que o Paraguai é um país excelente para investimentos. Temos estabilidade, sistema único de tributação e energia boa e barata”, afirmou.

Durante sessão do Parlim, vereadores esclarecem mal-entendido na linha de fronteira