Hair Popping: puxar cabelo para curar dor de cabeça traz risco à saúde

Reprodução/TikTok Hair Popping: puxar o cabelo para tratar dor de cabeça traz risco de alopecia

Hair Popping: puxar o cabelo para tratar dor de cabeça traz risco de alopecia
Reprodução/TikTok

Hair Popping: puxar o cabelo para tratar dor de cabeça traz risco de alopecia

Lidar com dor de cabeça não é fácil, principalmente quando os remédios parecem não aliviar a tensão. Mas é preciso ter cautela com vídeos da internet que ensinam técnicas para cessar as dores de cabeça. No viral mais recente, pessoas têm seus cabelos puxados de tal forma que é possível ouvir um barulho de estalo. Por conta disso, a técnica ganhou o nome de Hair Popping . Somente no TikTok, a ela já acumula mais de 1,7 milhão de visualizações.

“O som do estalo vindo da cabeça ao puxar tufos de cabelo causa arrepios, e é fundamental esclarecer que, além de não ter benefício algum comprovado pela ciência, essa técnica ainda pode causar alopecias que podem levar a cicatrizes, com queda permanente dos fios”, explica Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.

A técnica envolve torcer uma pequena mecha de cabelo e puxá-la com força suficiente para fazer o couro cabeludo estalar. Isso é repetido com outras mechas. “O som de ‘estalo’ ouvido é representado pela gálea aponeurótica (tecido mole entre o couro cabeludo e o crânio) saltando do crânio, mas o puxão forte de cabelo pode resultar em sangramento no couro cabeludo, feridas, infecções e queda de cabelo. A alopecia por tração ocorre quando há muita pressão ou trauma no folículo capilar e pode evoluir para uma cicatriz, na qual não nasce mais fios, como uma forma permanente de queda de cabelo”, afirma Cláudia.

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O risco maior é o de arrancar dolorosamente o cabelo e, consequentemente, criar áreas carecas irregulares por todo o couro cabeludo. “Ao empregar uma força excessiva, o folículo chega a um grau extremo de inflamação e, em casos graves, morre. É nesse momento que essa alopecia pode dar lugar a uma cicatriz definitiva e, dessa forma, irreversível”.

“Nesse caso, temos o que chamamos de emergência capilar, já que as alopecias que podem levar a cicatriz tendem a progredir e afetar cada vez mais folículos pilosos caso não sejam tratadas”, alerta Cláudia Merlo, que afirma que o tratamento das alopecias que podem levar a cicatriz deve ser feito por um médico e envolve medicações tópicas, orais e infiltrações intralesionais, todas com o objetivo de impedir o avanço ou retardar o progresso da perda de cabelo. “O diagnóstico precoce da alopecia é determinante para controlar a evolução da queda dos fios”, completa.

De qualquer maneira, não há somente o risco de alopecia. “Isso pode ocorrer na pior das hipóteses, mas também temos risco aumentado de infecções e foliculite, uma condição de pele que dá muito coceira, é dolorida e desagradável, na qual os folículos capilares ficam inflamados”, diz a médica. “Cuidado com as terapias alternativas. Nenhuma deve ser feita se causarem algum tipo de lesão ao seu corpo”, finaliza a especialista.

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Fonte: Mulher