18/12/2016 06h30
Ele teve braço amputado por erro durante tratamento contra câncer.
G1
Ricardo de Oliveira Rosa, de 40 anos, que teve braço amputado por erro durante tratamento contra câncer, morreu na tarde desta sexta-feira (16). Ele estava internado no Hospital do Câncer de Barretos desde a última terça-feira (13) à espera de cumprimento de uma decisão judicial por parte do governo do Tocantins. O jovem lutava contra doença rara há três anos.
Ricardo entrou na Justiça para conseguir fazer o procedimento que custa em torno de R$ 3 milhões. Ele ganhou a causa em outubro deste ano, mas o Estado não cumpriu a decisão.
A mãe Maria José Oliveira relatou que nos dias que antecederam a viagem, ele queria amigos e familiares sempre juntos. Segundo ela, Ricardo quase desistiu de ir a Barretos, mas depois decidiu ir e foi confiante. “Ele foi acreditando no tratamento. Era a última esperança dele. Ele lutou até o último segundo de vida”.
Segundo Maria, o filho não queria fazer o tratamento no Tocantins, pois ele dizia ser desumano e precário. Para ela o sentimento é de revolta e tristeza pela demora do governo em cumprir ordem judicial para que o tratamento correto fosse realizado.
“Não fizeram nada por ele. O caso era grave, mas ele tinha muitas chances de sobreviver quando a doença foi descoberta. Mas nessa batalha para conseguir o tratamento, ele foi perdendo as forças e acabou morrendo.”
Entenda
Ricardo de Oliveira Rosa lutava há três anos contra um câncer raro que não responde a radioterapia ou a quimioterapia. Em 2014, ele teve o braço esquerdo amputado no Hospital Geral de Palmas.
Depois, foi encaminhado para Goiânia fazer uma radioterapia. Após duas quimioterapias em Palmas, ele foi encaminhado a Barretos, onde os médicos descobriram que aquele não era o tratamento correto.
Ricardo entrou na Justiça e conseguiu direito de fazer novo procedimento. O procedimento não é realizado no Tocantinse custa em torno de R$ 3 milhões. Ele aguardava no Hospital do Câncer de Barretos o cumprimento, por parte do governo do estado, da decisão judicial.
Na ocasião, a Secretaria de Estado da Saúde informou que foi notificada da decisão judicial do paciente e que o medicamento ipilimumab é de alto custo, importado e não faz parte da relação nacional de medicamentos utilizados pelo sistema único de saúde.
A secretaria disse ainda que a competência de alterações, incorporação ou exclusão de novos medicamentos, produtos e procedimentos disponíveis para a população pelo SUS é de responsabilidade do Ministério da Saúde.