O projeto “Florestinha” da PMA (Polícia Militar Ambiental), que atende crianças e adolescentes com atividades e educação ambiental, também beneficia os adolescentes no encaminhamento ao mercado de trabalho.
Desde 2017, convênio firmado com o Instituto Mirim, possibilita aos alunos do projeto social em Campo Grande, a participação no curso de qualificação profissional e posteriormente a inserção no mercado de trabalho, por meio do programa de aprendizagem profissional.
O “Florestinha” também dá outras oportunidades educacionais e profissionais aos alunos. O biólogo e professor Douglas Henrique Melo Alencar, 23 anos, participou do projeto entre 2011 e 2020. “Eu fiquei até 2017 como aluno e depois me tornei estagiário, recebendo auxílio do Vale Universidade. Decidi fazer faculdade, porque no Florestinha, tive contato e os biólogos foram me inspirando. E na minha vez de escolher a profissão, optei por Biologia, devido ao exemplo que tive”.
Aluno das escolas estaduais Padre Franco Delpiano, no Nova Lima, e José Maria Hugo Rodrigues, na Mata do Jacinto, ambas localizadas na região onde cresceu, Douglas pontua que o crescimento profissional foi auxiliado pelo projeto. No tempo que participou do projeto, como aluno e estagiário, atendeu mais de 100 mil alunos em diversas palestras.
“Em 2021 fui convocado pela Secretaria de Estado de Educação para trabalhar a frente da educação ambiental do ensino fundamental e médio. Me chamaram por eu ser ex-aluno da Rede Estadual de Ensino, e ter experiência na área ambiental nas escolas. O Florestinha atende a região que eu moro, que é carente, periférica. Talvez sem essa oportunidade eu não teria conquistado tudo isso”.
“Um dos impactos positivos que a gente nova é o encaminhamento para o mercado de trabalho. E esse direcionamento para um nível superior é muito importante”, afirmou a tenente Eveny Parrela, coordenadora estadual do projeto “Florestinha”.
Uma das ações que mais impactou Douglas é relacionada ao projeto da PMA no Bioparque Pantanal. “Eu trabalho até hoje na promoção de ações de educação ambiental. Sugerimos a atuação dos “florestinhas” e deu muito certo. É gratificante poder participação da formação dessas crianças e adolescentes, e retribuir da mesma forma que fizeram comigo”.
As crianças são atendidas no contraturno escolar e além das aulas de educação ambiental, também participam de aula de reforço – onde fazem as tarefas –, e podem atuar nas palestras ministradas pelos “florestinhas” em diversas escolas. “Eles são multiplicadores, e acabam despertando o interesse de outras crianças para o tema. São crianças falando para crianças, e muitos passam a ter vontade de participar e interagir a partir deles, é uma sensibilização também”, pontuou a tenente.
A soldado Jaqueline Beatriz Pereira é a responsável pela unidade I do projeto na Capital, que fica na na Avenida Cônsul Assaf Trad, e pontua a importância das ações. “Temos muitos ex-florestinhas atuando na área, que voltam para ser voluntários. É gratificante quando isso acontece”.
Kamilly Vitória, 10 anos, aluna do projeto, ainda é jovem para definir em qual área irá trabalhar no futuro, mas demonstra sua gratidão por participar do “Florestinha”. “Antes só meu irmão vinha para o projeto. Agora e também faço parte. Gosto muito de aprender sobre o meio ambiente”.
Instituto Mirim
A superintendente de Programas e Projetos do Instituto Mirim, Mônica Pinheiro, explica que a parceria com o “Florestinha” é formalizada desde 2017. “Somos uma entidade de assistência social e atendemos adolescentes em situação de vulnerabilidade. Os adolescentes chegam até a gente por meio de diversas parcerias, uma delas é o Florestinha”.
Atualmente o Instituto Mirim atende 2,5 mil adolescentes por ano, aproximadamente 1,3 mil estão inseridos no mercado de trabalho. “Após ingressarem no Instituto eles são direcionados ao curso de qualificação profissional, e depois ao mercado de trabalho por meio do programa de aprendizagem profissional. Esta é a melhor forma para o adolescente conseguir o primeiro emprego”, disse Mônica.
Atualmente são 500 crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos, atendidos pelo projeto em Campo Grande – que tem dois polos – e em outros cinco municípios do interior – Amambai, Costa Rica, Três Lagoas, Anastácio e Bataguassu. Desde que foi criado, há 30 anos, o projeto já atendeu mais de 5 mil jovens.
Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Fotos: Bruno Rezende
Fonte: Governo MS