MS comemora 45 anos: veja as curiosidades de um dos estados mais novos do Brasil

Mato Grosso do Sul é cheio de peculiaridades, que vão da linha fronteiriça extensa à terra vermelha características. Mistura de povos ergueu e sustenta o estado desde a criação em 1977.

Mato Grosso do Sul é uma das unidades federativas mais jovens do Brasil. Foi em 1977, que o território uno de Mato Grosso passou a ser dois. Característico pela terra vermelha, presença marcante do agronegócio, múltiplo em cultura, abrigo da fauna e flora do Pantanal e com uma extensa linha fronteiriça, o estado comemora 45 anos de criação neste 11 de outubro de 2022.

Veja nesta reportagem curiosidades que fazem Mato Grosso do Sul ser um estado único.

Território e Vegetação

Pantanal — Foto: TV Morena/Reprodução

Pantanal — Foto: TV Morena/Reprodução

Mato Grosso do Sul possui 79 municípios e mais de 357 mil km², segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, de acordo com os últimos levantamentos, o estado tem mais de 2,8 milhões de habitantes.

Quando se fala em território, 13 cidades de Mato Grosso do Sul formam um cinturão fronteiriço. Pelo estado, o Brasil faz fronteira com Bolívia e Paraguai.

Além da peculiaridade da fronteira, Mato Grosso do Sul faz divisa com Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Tanto os países e quanto os estados possuem interferência direta na formação de Mato Grosso do Sul.

Em sua maioria plano, Mato Grosso do Sul também possui áreas de relevos como as Serras de Maracaju e Bodoquena. Também, 65% do Pantanal está dentro do estado.

Com clima quente considerado como “tropical”, Mato Grosso do Sul tem predominância dos biomas Cerrado e Pantanal. A biodiversidade pulsa no estado que tem a fauna e flora como grandes representantes.

Cultura e povos

Primeiros navios a chegar ao Brasil com imigrantes japoneses.  — Foto: TV Morena/Reprodução

Primeiros navios a chegar ao Brasil com imigrantes japoneses. — Foto: TV Morena/Reprodução

Mato Grosso do Sul é multicultural. A cultural do estado sofreu e sofre influência de vários povos.

A partir do fim do século XX, o estado passou a receber inúmeras pessoas de outras origens. A tradição dos imigrantes japoneses, libaneses, paraguaios e bolivianos influenciou a cultura de Mato Grosso do Sul.

Indígenas – Mato Grosso do Sul é um estado indígena, não pelo volume de sua demografia, mas pela quantidade de povos indígenas que nele habitaram e cultivaram formas de vida próprias. Ao todo, no estado, existem oito diferentes etnias: Terena; Guarani Kaiowá; Guarani Nhandeva; Guató; Kinikinau; Kadiwéu; Ofaió; Atikum.

Japoneses – Por exemplo, o sobá já é considerado patrimônio da cultura campo-grandense e foi naturalizado brasileiro. Desde que chegaram a Mato Grosso do Sul, muitos imigrantes japoneses que vieram de Okinawa têm ligação forte com as atividades da terra. Começaram a trabalhar nas lavouras de café, mas, ao longo do tempo, se viram obrigados a mudar de atividade.

Paraguaios – Em Mato Grosso do Sul, estado que concentra a maior colônia paraguaia do Brasil, segundo o consulado do país vizinho em Campo Grande, os descentes e os imigrantes lutam para manter vivas suas tradições culturais e religiosas. Na culinária, a chipa e a sopa paraguaia já fazem parte da culinária do estado.

Libaneses – A maioria dos libaneses chegaram ao Brasil no século 19 e foram responsáveis pelo desenvolvimento dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os primeiros libaneses começaram a chegar no Brasil no final do século 19, ainda durante o império. Depois disso, muitos se mudaram para Campo Grande em busca de novas oportunidades.

Bolivianos – Como vizinhos diretos, os bolivianos tiveram fundamental importância na formação de Mato Grosso do Sul. Na culinária, o sul-mato-grossense tem a saltenha como item de representação indenitária. A região de Corumbá, pela proximidade, teve ligação direta com o povo da Bolívia.

Economia

Comercialização de produtos do agro. — Foto: Senar-MS/Divulgação

Comercialização de produtos do agro. — Foto: Senar-MS/Divulgação

Com a economia baseada no setor primário, Mato Grosso do Sul é o 16º quando se fala em Produto Interno Bruto (PIB) entre as unidades federativas, conforme os dados do IBGE de 2021. A receita do estado foi de um pouco mais de R$ 106 bilhões no último ano do levantamento.

No início, na criação, a economia do estado foi impulsionada pelas produções e vendas de erva-mate e gado.

Atualmente, os principais bens produzidos no estado são do setor agropecuário. Além da soja, milho, cana-de-açúcar, o setor extrativista também é pujante na área de minerais, como ferro, manganês e calcário.

A indústria e a produção de celulose geraram mais de 9 mil empregos formais – com carteira assinada – em Mato Grosso do Sul entre os meses de janeiro e maio de 2022, segundo o Radar Industrial da Federação das Indústrias do estado (Fiems).

O passado da segunda unidade federativa mais jovem criada no Brasil foi fundamentado em cima da terra vermelha e das condições climáticas favoráveis ao campo. Pela participação ativa no âmbito rural, ao longo dos 45 anos de existência, a história de MS se mescla com área do agro.

Do total do PIB de Mato Grosso do Sul, a agropecuária respondia por 17%, sendo R$ 18,29 bilhões. Quando comparado a 2002 (ano inicial da série), houve crescimento de 393,9% no PIB da agropecuária sul-mato-grossense.

Entre as cidades, Três Lagoas se destaca como principal polo do setor florestal do estado e do Brasil. Já quando o assunto é turismo, Bonito sai a frente como a capital do ecoturismo brasileiro.

Corumbá, além de ser considerada grande representante do Pantanal, é a cidade com o maior rebanho de gado em Mato Grosso do Sul. São Gabriel do Oeste é o município com mais suínos.

Já quando o assunto é soja, Maracaju e Sidrolândia são uma das cidades com maior presença de plantações de soja do estado.