Por: Tião Prado
Quando começou o processo eleitoral de 2022, mais precisamente as eleições para governador e foi falado o nome de Eduardo Riedel para ser candidato do PSDB ao governo do estado e que esse ‘projeto’ contaria com o apoio de quase 70 prefeito, que alias foram muito bem votados nas eleições de 2020, muitos diziam que a campanha seria tranquila e a eleição não teria muitos problemas.
Eu fui muito claro em meu comentário: “tem que conversar com o povo e ver o que esse povo pensa a respeito desse assunto, pois voto em prefeito é um e para governador é outro bem diferente”.
Claro que muitas pessoas foram contra o meu comentário, principalmente os mais chegados a estes prefeitos, aqueles que só falam o que os prefeitos querem ouvir e não a realidade das ruas.
Vou citar aqui duas cidades onde tenho maior convivência com os prefeitos, caso de Ponta Porã, onde somos aliados político do prefeito Hélio Peluffo e seu grupo desde 2008, na eleição do prefeito Kayatt e em seguida nas eleições de 2012, 2016 e 2020, digo isso porque sou filiado ao antigo Democratas, hoje União Brasil e sempre fomos coligados.
Outro prefeito que posso citar é o médico Dr. Edinaldo Luis de Melo Bandeira, de Amambai.
Fazendo uma análise nua e crua do pleito, em um primeiro momento, o apoio que estes dois prefeito Psdbistas tiveram nas urnas de longe eles conseguiram transferir para o candidato a governador Eduardo Riedel, sendo que em Ponta Porã Hélio teve 40.305 votos, ou 90,36 % dos votos e o Dr. Bandeira teve 11.157 votos, ou 61.36 % dos votos válidos.
Então, sendo os “caras das eleições passadas” os dois teriam que passar uma soma maior de votos ao candidato do seu partido, Eduardo Riedel, mas não foi isso que aconteceu nessas cidades.
Mas você pode dizer: o ‘Riedel ganhou nas duas cidades’. Ganhou, mas de forma muito apertada, sendo que em Ponta Porã a diferença entre os dois candidatos foi de 2.025 votos a favor de Riedel e na cidade de Amambai foi menor ainda, 125 votos apenas.
Isso no fundo, mas lá no fundo mesmo, tem um grande significado, de que estes dois prefeitos foram traídos de forma vergonhosa pelos seus eleitores, pois não adiantou nada os discursos de que o governador Reinaldo fez um governo municipalista, que obras do governo do estado está sendo realizada em todas as cidades do MS, que o Reinaldo era “o prefeito” de Dourados e Campo Grande, porque a incompetência desses dois prefeitos é tanta que o governo do estado é que faz todas as obras por lá. Realmente, se for isso tudo que citei acima, o governador Reinaldo também levou uma bola nas costas, ou seja, também foi traído.
Mas os mais espertos diz aos quatro ventos que o governo aumentou impostos, que o governo faz isso ou aquilo errado e por isso ser contra esse projeto.
Porém essa é uma questão ainda mais profunda e não vamos entrar nesse mérito, pois nosso assunto são os dois prefeitos campeões de votos, de obras e principalmente de popularidade, sempre alta por sinal.
Na minha modesta opinião, que sempre a dou, doa a quem doer, essa ‘traição’ ou ‘desacerto’ que ocorreu, no momento em que esses prefeitos mais precisava do apoio do povo, que eles chamam de seu, foi muito complicado.
Vimos familiares, pastores, amigos, funcionários em cargos comissionados em várias prefeituras, que tão logo terminou o processo eleitoral foram para as redes sociais manifestar a sua alegria e contentamento pelo candidato ‘opositor’ aos prefeitos, Capitão Contar, conseguir uma grande votação e ir para a disputa do segundo turno nas eleições para o governo do estado.
Muitas dessas pessoas até colocaram nas suas redes sociais: Seguimos a orientação do nosso líder maior, nosso presidente Bolsonaro, ele pediu para todos os seus eleitores votarem no capitão Contar, e claro, esses eleitores obedeceram cegamente a ‘ordem’, porque ‘ordem dada, é ordem cumprida’, chegaram a dizer.
Não vou entrar aqui no mérito de que Riedel é mais competente do que Contar, ou vice versa, os dois são novos na politica e se estão nesse lugar é porque chegaram com méritos e quem for eleito estará procurando fazer o melhor para o estado.
Só penso que com a mesma volúpia que foram as urnas votar contra os seus líderes locais, muitos que fazem parte da administração nessas prefeituras, alguns com um abono aqui outro ali, ou até parentes em cargos de confiança deveria pensar que mais forte e sério do que a democracia, tanta vezes dita, o que foi apalavrado, acertado lá atrás tem que ser cumprido. Sabemos que muitas vezes se combina sentado e nega de pé, mas que não é uma coisa legal, não é, e como diz sempre o nosso presidente Bolsonaro: ‘o que é certo é certo’, e pronto.
Nossos prefeitos tem que pensar em uma coisa muito séria que começou a ser colocada em prática: se estão sendo traídos agora, em uma eleição para governador fiquem espertos nas eleições de 2024, pois a coisa será muito pior. E aí você pode ter certeza de que o castelo que foi construído nestes 8 anos de governo, não foi um castelo de pedra e sim, um castelo de areia que vai começar a ruir.
Quando o pessoal da sala ao lado começa a votar contra o projeto do prefeito, é sinal que alguma coisa está errada e com certeza não é de agora, é por causa das escolhas feitas, onde muitas vezes o amigo de hoje, certamente será o “inimigo” de amanhã e parafraseando alguns políticos das antigas, política se faz ciscando para dentro e para frente sempre e não para trás.
Era isso.
O prefeito de Amambai Dr. Edinaldo Luis de Melo Bandeira, entrou em contato com redação do site e disse o seguinte: “Eu vejo com perplexidade o grau de alienação política de boa parte do eleitorado de Amambai, que acredita em um projeto meramente teórico, desprezando a experiência, desprezando a continuidade de um governo sério que investiu muito em nossa cidade, acreditando em propostas fantasiosas de alguém que mesmo se tendo um cargo público nunca mostrou a que veio, e a estratégia a partir de agora e a gente focar na eleição do Eduardo Riedel e sensibilizar a população e ver se essa população acorda para realidade que estamos vivendo e que uma mudança brusca assim pode ser muito prejudicial, porque o governo está no caminho certo, se o Riedel perder, vai demorar um bom tempo para as coisas começar a andar normal”, disse Bandeira.
O prefeito Hélio Peluffo Filho também atendeu o Pontaporainforma, e disse: “Não me sinto traído, porque nós ganhamos a eleição em Ponta Porã com o Riedel e continuo com o mesmo posicionamento, nós vamos acompanhar o Bolsonaro porque ele tem a melhor pauta, sendo que as pautas que ele defende são as minhas pautas, sendo que o direcionamento é partidário e o PSDB está acompanhando isso daí, e eu sendo prefeito de Ponta Porã vou levar a população e mostrar a importância de se eleger o Eduardo Riedel. As obras não podem parar, não podemos parar com o anel-viário, não podemos parar com a ampliação do hospital Regional, não podemos parar com a universidade de medicina, não podemos parar com as obras da linha internacional, as obras não podem parar e eu sei que a continuação do desenvolvimento de Ponta Porã passa pela eleição do Riedel. O Contar é um deputado desconhecido, ele foi eleito deputado mais votado do estado e nunca mais voltou a Ponta Porã, o que ele fez pela nossa cidade? qual o recurso que ele trouxe para nossa cidade? Nós pensamos que o Presidente Bolsonaro tem que administrar o país, e quem sabe o que é melhor para o estado e município somos nós, prefeitos e a população” disse o prefeito Hélio.