Setembro Amarelo de prevenção e reflexão, por Wilson Aquino

Wilson Aquino*

A vida não é fácil. Nesses últimos tempos então, após longo período de pandemia, de dificuldades econômicas, políticas e sociais e de uma guerra que agravou ainda mais as crises no Brasil e no mundo, o indivíduo e as famílias encontram maiores obstáculos para transpor no dia a dia.

A pressão é grande para todos. Crianças e adultos têm sofrido de variadas formas pelo conglomerado de situações que estão afetando a sociedade, gerando estresse, tensões e dificuldades de toda ordem, que resultam em conflitos pessoais, familiares, sociais e até em doenças emocionais diversas.

Esse quadro crítico, lamentavelmente tem proporcionado também o surgimento de suicídios ou tentativas de se encontrar por esse meio o alívio para os conflitos internos não só de jovens e adultos, como também de crianças. Triste e lamentável esse fato comprovado pelas estatísticas locais e nacionais que indicam um aumento considerável de vítimas.

– Mas afinal, o que ocorre com a sociedade para que seus membros apelem para tão drástica saída de suas aflições?

– Onde o indivíduo, a família, as autoridades e a sociedade em geral pecam em não conseguir evitar tamanho desastre que abala a todos, familiares e amigos?

São questões que a família e sociedade precisam discutir exaustivamente e com profundidade, refletir e agir para reduzir essas estatísticas e salvar vidas. Que todos tenham mais alegria e qualidade de vida. Isso sim é preciso.

‘Setembro Amarelo’ surge nesse contexto como um meio de reflexão e ação para alcançar esse objetivo. Órgãos públicos, privados e organismos não governamentais se empenham com diversos projetos de prevenção ao suicídio. Este mês é um símbolo de um trabalho permanente que muitos realizam em favor da vida, como é o caso do Centro de Valorização da Vida – CVV que presta um excelente serviço por intermédio do telefone 188.

Da mesma forma, o Grupo Amor Vida (GAV), com sede em Campo Grande, presta serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise de qualquer lugar do país, por intermédio do telefone 0800 750 5554.

Cinthia Moralles, Diretora de comunicação do GAV conta com emoção um caso em que intermediou dia desses pelo 0800: Um caso simples, mas que demonstra muito bem a sutileza da fissura do alicerce familiar, que pode agravar, desmoronar e provocar incalculáveis prejuízos: Um jovem muito triste e bastante perturbado ligou perguntando se ela poderia ouvi-lo cantar uma música (pelo telefone) de sua autoria (letra e música). Diante do consentimento e do amor e segurança transmitidos pela especialista, “ele então cantou e tocou (violão) e foi uma das mais belas músicas que já ouvi”, confidenciou. O rapaz, que a essa altura já se sentia bem melhor, disse que sua tristeza era porque nem seu pai e nem sua mãe “não tinham tempo” para ouvi-lo.

Falhas de tamanha magnitude simplesmente não podem, de forma alguma, serem cometidas. Ainda mais por Pais. É preciso que arrumem tempo sim para os filhos; devem exercer atividades em família e individualmente com cada filho; conversar muito e sempre com eles; olhar-lhes nos olhos, ouvi-los, dar-lhes toda a atenção, amor e o devido respeito e valor.

O fortalecimento espiritual do indivíduo e da família é de vital importância não apenas para prevenir o suicídio como também para evitar qualquer outro sentimento que provoque dor, tristeza, amargura, ressentimento…

Deus existe e está pronto para ajudar a todos aqueles que O buscam. “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos que eu os aliviarei”, Ele diz. E milhares de milhares de testemunhos ao longo da história da humanidade confirmam essa grandiosa e poderosa verdade.

Que todos se conscientizem disso e procurem se fortalecer na Sua palavra, para poderem trilhar com amor, segurança e alegria essa longa jornada da vida.

*Jornalista e professor