Lia Nogueira trai Dourados ao apoiar candidato paraquedistas  

MALAGUETAMS

A postura de Lia Nogueira de apoiar um candidato que não é de Dourados e nem pertence ao partido dela só ajuda a fortalecer os candidatos de Campo Grande.

A vereadora Lia Nogueira (PSDB), que já é doutora em infidelidade partidária e, por isso, responde processo de perda de mandato no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), aprontou mais uma: em plena campanha dos setores da sociedade organizada pela valorização dos candidatos de Dourados para, com isso, recuperar a representatividade do segundo maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul na bancada federal, a vereadora decidiu apoiar um candidato de outra cidade, para não dizer de outro país. É isso mesmo! Toda campanha de Lia Nogueira, que é candidata a deputada estadual, está sendo feita em parceria e com aporte financeiro do empresário radicado no Paraguai Carlos Bernardes (MDB), candidato a deputado federal na chapa de André Puccinelli, que disputa o governo do Estado. Difícil explicar aos tucanos a opção por um nome do MDB quando existem candidatos a deputado federal por Dourados que fazem parte do arco de alianças com o ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), candidato a sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB) com o apoio explícito do governador. Aliás, foi o então presidente da Executiva Estadual do PSDB, o todo-poderoso Sérgio de Paula, que tirou Lia Nogueira do Partido Progressista para transforma-la em candidata a deputada estadual pela legenda tucana, causando, inclusive, a denúncia de infidelidade partidária que está sendo analisada pela Justiça Eleitoral. O sensato seria que Lia Nogueira fizesse parceria ou dobradinha, como dizem no jargão político, com o ex-secretário de Estado de Saúde, Gerado Resende (PSDB), candidato a deputado federal do mesmo partido da vereadora ou com qualquer outro nome de legendas aliadas como o PP, PL, PTB, Avante. Com essa postura, Lia Nogueira acaba trabalhando contra Dourados e ajudando a preservar toda bancada de deputado federal apenas com nomes de Campo Grande.

Dobradinhas Douradenses

O deputado estadual Marçal Filho (PP) deixou o PSDB na janela partidária e, ainda assim, preferiu fazer dobradinha com Geraldo Resende (PSDB) para deputado federal. O deputado estadual Renato Câmara (MDB) está dobrando com o presidente da Câmara Municipal, Laudir Munaretto (MDB), candidato a deputado federal. A professora Gleice Jane (PT), candidata a deputada estadual está dobrando com o vereador Elias Ishy (PT), candidato a deputado federal. O deputado estadual Zé Teixeira (PSDB) está dobrando com o ex-presidente da Sanesul, Walter Carneiro Júnior (PP), candidato a deputado federal. O deputado estadual Neno Razuk (PL) está dobrando o advogado Wilson Mattos (PTB) candidato a deputado federal.

Parcerias Douradenses 

A lista não para por aí. A empresária Maisa Uemura (União Brasil), candidata a deputada estadual, está dobrando com o médico e vice-prefeito Dr. Guto (Podemos), candidato a deputado federal. O farmacêutico Racib Panage Harb (PRTB), candidato a deputado estadual, está dobrando com o empresário Valdeci Hanauer (PRTB), candidato a deputado federal. O vereador Rogério Yuri (PSDB), candidato a deputado estadual, está dobrando com o médico Geraldo Resende (PSDB). Fica demonstrado, portanto, que apenas a vereadora Lia Nogueira preferiu importar um nome da fronteira para apresentar como candidato dela a deputado federal, fator que, certamente, causará prejuízo aos douradenses que tentam chegar à Câmara dos Deputados.

Bancada Campograndense

 A postura de Lia Nogueira de apoiar um candidato que não é de Dourados e nem pertence ao partido dela só ajuda a fortalecer os candidatos de Campo Grande. Num passado recente, Dourados elegeu 3 deputados federais para a mesma legislatura e hoje não tem um único representante na bancada federal. Os 8 deputados federais que representam Mato Grosso do Sul em Brasília são todos de Campo Grande: Tereza Cristina (PP), Luiz Ovando (PP), Tio Trutis (PL), Vander Loubet (PT), Beto Pereira (PSDB), Rose Modesto (PSDB), Fabio Trad (PSD) e Dagoberto Nogueira (PSDB). A culpa pela falta de representatividade de Dourados no cenário federal é dos eleitores douradenses e, também, de políticos que preferem abraçar candidaturas paraquedistas. Vai vendo!

Paraquedistas Saltando

O fato é que os candidatos paraquedistas, a maioria deles de Campo Grande, já estão saltando em Dourados em busca de parte dos votos dos 169.042 eleitores douradenses. O segundo maior colégio eleitoral de Mato Grosso do Sul fica atrás apenas de Campo Grande, com 639.873 eleitores. Prova disso são os comitês de candidatos de fora que começam a abrir as portas em Dourados, como é o caso do emedebista Júnior Mochi, que está ocupando o prédio comercial da professora Zélia Nolasco, que em tese seria apoiadora de Renato Câmara na disputa por um novo mandato de deputado estadual. O cara de pau do Mochi, que ficou 4 anos sem aparecer por Dourados, agora posa de douradense e faz até juras de amor pela cidade. Vai vendo!

Paraquedistas Temporais

Não existe nada de anormal, imoral ou ilegal no fato de um candidato de Campo Grande ou de qualquer outra cidade buscar votos em Dourados. A imoralidade está no fato dessa gente levar um caminhão de votos dos eleitores douradenses e depois sumirem da cidade, sem retornar ao município nem mesmo para agradecer. Outros, como o deputado Jamilson Name (PDT) são ainda piores, porque montam estrutura em Dourados, contratam cabos-eleitorais e lideranças, gastam um caminhão e vão embora sem nem mesmo pagar a conta. Depois de quatro anos voltam e fazem tudo de novo!

Concentração na Capital

Com um colégio eleitoral de 1.996.510 de eleitores, sendo 639.873, ou 32% residentes na capital, e 1.356.637, ou 68% morando no interior, não tem lógica toda bancada federal de Mato Grosso do Sul ser formada exclusivamente por candidatos de Campo Grande. Como pode um colégio de 32% dos eleitores eleger 100% dos deputados federais, enquanto os 68% dos eleitores restantes não conseguem eleger ninguém? É por isso que os eleitores de Dourados e dos 34 municípios que formam a região, devem optar por votar em candidatos locais, uma vez que a falta de representatividade também gera falta de investimentos maciços em saúde, educação, habitação, segurança, esporte, lazer e, principalmente, infraestrutura.

Raio-X Eleitoral

Números do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) apontam que o Mato Grosso do Sul tem 1.996.510 eleitores aptos para o voto em 2 de outubro, quando serão eleitos presidente da República, senador, governador, 8 deputados federais e 24 deputados estaduais. Os números de 2022 indicam que Dourados ganhou pouco menos de 13 mil eleitores desde as eleições de 2018 quando o município tinha 156.373 pessoas aptas para o voto. Detalhe: desse total, apenas 78,10% foram às urnas efetivamente, com a abstenção ficando em 21,90% do total, ou seja, 34.245 eleitores nem compareceram às urnas em 2018. Para completar, os 122.128 douradenses que foram às urnas nas eleições gerais de 2018, exatos 8.083 votaram em branco e outros 8.908 anularam o voto, o que fez com que o total de votos válidos ficasse em 105.140 eleitores.

Representatividade Zero

Nunca é demais lembrar que mais de 51 mil votos foram desperdiçados nas eleições de 2018 em Dourados, volume que somados aos 37.726 que votaram em candidatos a deputado federal da Campo Grande daria para eleger, pelo menos, um representante do município em Brasília. Dos 122.128 que foram às urnas nas eleições de 2018, exatos 60.107 votaram em candidatos de Dourados para deputado federal, com os votos sendo distribuídos da seguinte forma: Geraldo Resende 12.037 votos, Alan Guedes com 8.742 votos; George Takimoto com 8.587 votos; Cido Medeiros com 7.165 votos; Gleice Jane com 6.450 votos; Marcelo Mourão com 6.022 votos; Keliana Fernandes com 3.601 votos; Fábio Luis com 2.669 votos; Zélia Nolasco com 1.782 votos; Antônio Neres com 1.659 votos; e Marisvaldo Zeuli com 1.393 votos. Resultado: nenhum deles foi eleito e Dourados ficou sem deputado federal depois de mais de 30 anos! Vai vendo!

FONTE ITE MALAGUETA MS