Ponta Porã: Aeroportos privatizados: viajar de avião dentro de MS pode custar até R$ 3,5 mil

Mato Grosso do Sul tem aeroportos em seis municípios, mas, para o sul-mato-grossense, não há muito para onde correr: viajar de avião dentro do Estado só mesmo indo para Campo Grande. Com leilão de três aeroportos de Mato Grosso do Sul, a aposta é que haja ampliação das companhias aéreas e dos voos em Mato Grosso do Sul.

O Jornal Midiamax  fez uma pesquisa e revela que quase não existem opções de voos entre cidades do interior que têm aeroporto. Quando por milagre se encontra, os altos preços e longa duração de viagem são bons motivos para desistir da opção.

Único voo de Corumbá até Ponta Porã disponível para compra, por exemplo, foi encontrado por nossa equipe pela “bagatela” de R$ 3.574. Antes de chegar à fronteira com o Paraguai, a aeronave vai para Bonito, São Paulo e só depois retorna a Mato Grosso do Sul, em uma viagem de oito horas ao todo.

A situação acontece, principalmente, porque apenas as companhias Gol e Azul linhas aéreas operam no Estado, com aeronaves específicas circulando entre os aeroportos. Para a Azul, por exemplo, pelo que se analisa, parece não ser viável operar entre os aeroportos de Corumbá e Ponta Porã.

Em leilão na semana passada, com oferta de R$ 2,450 bilhões, a empresa espanhola Aena arrematou o bloco de aeroportos que incluem as unidades de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã.

Aeroportos arrematados

Atualmente, no aeroporto de Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai, há operação apenas da empresa Azul Linhas Aéreas. De lá, saem seis voos por semana com destinos como São Paulo, Cuiabá, Campo Grande, Curitiba e Belo Horizonte. A média de preços oferecida pela companhia começa em R$ 550 e pode ultrapassar R$ 2 mil a depender da época da compra.

Localizado no Bairro da Granja, o terminal arrematado pela empresa espanhola Aena tem área de 771, 07 m² e capacidade para atender 110.100 passageiros por ano. Atualmente, a circulação diária é de 77 pessoas entre passageiros e moradores em geral.

A pista de pousos e decolagens tem 2 mil metros de comprimento por 45 metros de largura e foi recapeada em 2013. O pátio soma 10.164 m² e tem espaço para nove aviões taxiando.

Com funcionamento das 6h às 20h, o Aeroporto de Corumbá também tem operação apenas da companhia Azul Linhas Aéreas. Na divisa com a Bolívia, o local recebe diariamente cerca de 180 usuários, entre os passageiros, a maioria dos turistas que vai à região está interessada em conhecer o Pantanal Sul-mato-grossense.

A capacidade do terminal aéreo é de atender 900 mil pessoas por ano. Em 2019, 2.172 aeronaves pousaram ou decolaram das pistas, e 32.405 passageiros embarcaram ou desembarcaram da unidade. Ao todo, cinco aeronaves de grande e médio porte podem ocupar a pista.

Por fim, o aeroporto de Campo Grande aparece como a cereja do bolo no lote de concessões. O fluxo de passageiros no aeroporto de Campo Grande deve chegar a 3,2 milhões de pessoas em 2052. Isso significa incremento de 1,8 milhão de passageiros em 30 anos, com crescimento anual de 2,9%.

O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental do aeroporto da Capital estima que em 2023 o fluxo de passageiros seja de 1,4 milhão, pouco acima da média de 2019, que era de 1,25 milhão. Em 2020, ano do início da pandemia de Covid-19, o fluxo de passageiros despencou para 8 mil.

Leilão

Como previsto, a empresa espanhola Aena arrematou o bloco SP-MS-PA-MG com oferta de R$ 2,450 bilhões, que foi a leilão nesta quinta-feira (18) na 7ª rodada de concessões. Os aeroportos de Campo Grande, Corumbá, Ponta Porã e Congonhas (SP), estão entre os 11 do bloco.

A oferta inicial era de R$ 740,132 milhões, como contribuição mínima pelo bloco de aeroportos. O ágio com a proposta da empresa foi de 231,02%.

O edital da Anac estabelece uma série de melhorias que a empresa vencedora do certame se comprometerá a realizar no prazo de 60 meses, contando a partir da assinatura do contrato. Em Campo Grande, estão previstos aportes de R$ 377,6 milhões no aeródromo.

Fonte: Midiamax