Polícia Rodoviária Federal diz “não compactuar” com abordagem que matou Genivaldo

A vítima foi presa em “câmara de gás” improvisada em camburão da PFR após ser abordado por estar sem capacete.

Após abertura de investigação pelo Ministério Público Federal – pela extinção das Comissões de Direitos Humanos -, na noite de ontem (28), a Polícia Rodoviária Federal publicou um vídeo em que alega “não compactuar” com a abordagem feita por agentes da PRF, que levou à morte de Genivaldo de Jesus Santos, na BR-101, em Sergipe.  

Dados do Instituto Médico Legal (IML-SE) apontam para morte por insuficiência aguda secundária a asfixia. Marcos Territo é coordenador-geral de comuniciação instituicional e apontam que a abordagem não segue diretrizes internas instaladas na coorporação.  

“Assistimos com indignação os fatos ocorridos na cidade de Umbaúba (SE), em que uma ação envolvendo policiais rodoviários federais resultou na morte do senhor Genivaldo de Jesus Santos. Não compactuamos com as medidas adotadas durante a abordagem ao senhor Genivaldo. Os procedimentos vistos durante a ação não estão de acordo com as diretrizes expressas em cursos e manuais da nossa instituição. A ocorrência dessa última quarta-feira e a morte recente de dois PRFs no estado do Ceará implicou na avaliação interna dos padrões de abordagens. Afirmo que já estamos estudando os nossos procedimentos de formação, de aperfeiçoamento e operacionais para ajustar o que for necessário a fim de prestar um serviço de excelência que o órgão vem fornecendo ao povo brasileiro”, declarou em vídeo.  

Ainda, ele ressalta que a Polícia Rodoviária Federal abriu processo disciplinar contra os envolvidos. São eles: Clenilson José dos Santos, Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Adeilton dos Santos Nunes, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas.

Esse caso ganhou notoriedade com imagens que foram veículadas na internet e transmitem, à luz do dia, a morte de Genivaldo, homem que sofria de esquizofrenia e gritou até seus últimos instantes, enquanto debate suas pernas na traseira de um camburão, inalando doses de gás lacrimogêneo.

Fonte: Agência Brasil