Atentado ao Porta dos Fundos: quem é Eduardo Fauzi, suspeito do crime


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Atentado ao Porta dos Fundos: quem é Eduardo Fauzi, suspeito do crime
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Atentado ao Porta dos Fundos: quem é Eduardo Fauzi, suspeito do crime

Suspeito de atacar com  coquetéis molotov a sede da produtora de vídeos Porta dos Fundos no Rio de Janeiro, em dezembro de 2019, Eduardo Fauzi é empresário, formado em economia e dançarino de zouk. Porém, nos últimos anos, ele se destacou mesmo pela vasta ficha criminal que acumulou e por uma agressão transmitida ao vivo na TV.

Fauzi possui pelo menos vinte passagens pela polícia — entre elas anotações por ameaça, lesão corporal, desacato, extorsão e Lei Maria da Penha. Além disso, é investigado pela suspeita de atuar numa milícia na cobrança de estacionamentos rotativos no Centro do Rio.

O empresário foi extraditado da Rússia e deixou Moscou conduzido por policiais brasileiros da Interpol. Ele chegou ao Brasil na noite quinta-feira, onde ficará detido no presídio de Benfica.

Fauzi havia fugido para a Rússia no dia 29 de dezembro de 2019, um dia antes de ter a prisão decretada pelo ataque ao Porta dos Fundos. No país, vivem sua mulher, que tem origem russo-israelense, e seu filho.

Duas semanas após o atentado, ele assumiu o crime em entrevista ao site do projeto Colabora e disse que agiu apenas por motivação política. O economista contou também que planejou a fuga com antecedência alegando ter sido “avisado” de que seria preso.

“Achavam que fui muito estúpido para não cobrir o rosto e não alterar a voz, mas fui conectado o suficiente pra ser avisado do mandado de prisão a tempo de viajar pra fora do país”, disse Fauzi ao Colabora, após fugir do Brasil.

Tapa televisionado

Fauzi chegou a ser réu na Justiça Federal pelo crime de terrorismo, mas uma nova decisão, do desembargador Marcello Ferreira de Souza Granado, mudou a tipificação. O caso saiu, então, da competência da Justiça Federal e os autos retornaram para a Justiça do Rio de Janeiro.

A primeira aparição pública do suspeito por atacar a produtora carioca foi uma agressão feita durante uma entrevista ao vivo, dada pelo então secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Alex Costa, em 2013. Após a interdição de um estacionamento irregular administrado por Fauzi, ele aproveitou as câmeras ligadas para se aproximar do secretário pelas costas e agredi-lo com um tapa na cabeça gritando “é mentira” enquanto Costa falava. 

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Ele foi detido e autuado em flagrante por lesão corporal. Eduardo Fauzi também foi alvo de investigação da Polícia Civil, de que exercia ilegalmente a cobrança de um estacionamento no Centro do Rio, que não teria alvará da prefeitura para funcionamento.

Em paralelo aos problemas com a justiça, o empresário tambem fez fama entre os dançarinos do ritmo “lambazouk”, uma mistura do zouk caribenho com a lambada brasileira. Ele chegou a viajar para diversos países como participante de congressos que reúnem adeptos da modalidade, como Rússia, República Tcheca e Argentina.

Em 2020, quando o empresário ainda era procurado pela Interpol, fotos suas dançando zouk com a mulher em um clube de Moscou circularam nas redes sociais. Na ocasião, Fauzi afirmou ao Extra que não se intimidava com o fato de ser foragido e desafiou a justiça.

“Eu simplesmente me recuso a viver uma vida de opressão e medo interior. Minha disposição é revolucionária e, de fato, eu me considero assim”, disse Fauzi, que completou: “Não fiz nada de errado e não tenho que ter medo de nada. Pelo contrário, tenho fé e orgulho do homem que sou e das coisas que fiz. Se a Interpol vier, vão me achar confiante e seguro, e vão me levar com um sorriso nos lábios e de cabeça erguida”.

Segundo a investigação da Polícia Civil do Rio, o empresário participou ao lado de outros quatro criminosos de um ataque a sede do Porta dos Fundos, na Zona Sul do Rio, poucos dias depois de o grupo exibir um programa especial de Natal, na Netflix, que insinuava que Jesus Cristo teve uma experiência homossexual depois de 40 dias no deserto.

Após o ataque à produtora, a polícia apreendeu, na casa de Fauzi e em outros dois endereços ligados a ele, R$ 119 mil, duas armas de brinquedo, facas, e uma camisa de uma associação que se diz nacionalista. Em janeiro de 2020, o economista e empresário foi expulso do PSL, legenda à qual era filiado desde outubro de 2001. 

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