03/07/2015 17h
Evento será no domingo, dia 12 de julho, no parque de Exposições; são esperados cerca de mil veículos
Douradosagora
Dourados sedia pela primeira vez um encontro de carros rebaixados. O evento será realizado no próximo domingo, 12 de julho, no parque de exposições João Humberto de Carvalho. São esperados cerca de mil veículos, da região e de outros estados.
Organizado pelos grupos Low Brothers e Pregado’s Dourados, o encontro nada mais é que uma exposição de máquinas em que apaixonados por carros rebaixados terão a oportunidade de conferir como ficou cada carro após alterações no conjunto de rodas e suspensões.
O empresário Cézar De Leon Leal, um dos organizadores, diz que o encontro é destinado para família, tanto que não haverá venda de bebida alcoólica e som. “Muita gente descrimina quem tem carro rebaixado e nos rotulam com os mais diferentes nomes”, diz ele, que promove o evento para mostrar à sociedade que não é bem assim. “Somos trabalhadores e fazemos a alteração no veículo por paixão”, resume.
São esperados no encontro grupos de Campo Grande e de outros estados, como Bahia, que confirmou parti-cipação. O encontro tem início no domingo às 10h e prossegue a tarde inteira. Haverá praça de alimentação no local. No sábado, está programado uma carreta no centro de Dourados em horário a ser confirmado. A entrada no evento terá taxa de R$ 10 mais um quilo de alimento não perecível para ser destinados a famílias carentes através de projeto social desenvolvidos pelos grupos Low Brothers e Pregado’s Dourados.
Investimento
Muita gente pensa que é ilegal rodar com o carro rebaixado. Mas o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) autoriza essa prática para veículos com até 3,5 toneladas de peso total. Isso significa que picapes e utilitários grandes se encaixam entre eles. No entanto, é necessário legalizar o veículo no Detran e o rebaixamento deve cumprir as normas especificadas em lei. Em Mato Grosso do Sul a autorização é feita apenas no Detran de Campo Grande e a documentação custa cerca de R$ 1,5 mil.
Mexer no carro não é para qualquer um. Fora a documentação há custos com taxas e os novos acessórios que vão no veículo, para deixar a gosto e estilo do proprietário. Para ver o novo Fusca do jeito que queria Cézar gastou em torno de R$ 15 mil. Somente em rodas investiu R$ 6 mil e suspensão R$ 3 mil. As demais despesas foram com o som e documentação.
O marceneiro Luiz Paulo tem um Sedam rebaixado há dois anos. Ele participa de campeonatos para a modalidade e conquistou 3º colocação. “Não há premiação em dinheiro. Ganhamos apenas um troféu. Por isso eu digo, quem participa desses eventos e rebaixa o carro é porque gosta”, diz.
Quem também é fã de veículos quase colado no chão é o técnico em eletrônica Valdinei Batista Leite. Ele tem um Golf e um Pálio, ambos rebaixados, e até agora investiu cerca de R$ 20 mil para deixar as máquinas do jeito que ele queria. A esposa e filhos dele sempre participam de encontros.
Mas não é preciso investir muito para deixar o carro rebaixado, tudo depende do bolso. O Motoboy Gilciney Santos gastou cerca de R$ 5,5 mil com documentação, rodas e amortecedores para adaptar um Celta. Ele não participa de competições e alterou o veículo porque gosta e acha bonito. Mesmo legalizado no Detran, Gilciney diz que a discriminação é grande até por órgãos de segurança. Semana passada ele foi multado. “O policial tentou de qualquer forma procurar algum erro e multou”, disse, informando que recorreu.
Se por um lado é chamativo e bonito deixar o carro quase colado ao chão, por outro há desvantagens, como passar com o veículo em quebra-molas. Outro problema é a velocidade. Por causa do rebaixamento, os carros em rodovia não passam de 80 km/h para evitar eventuais problemas.