No ano passado, o diretor e produtor cinematográfico Dannon Lacerda aproveitou o tempo de isolamento social devido a pandemia de Covid-19 para estar mais perto de suas origens sul-mato-grossenses. Natural de Guia Lopes da Laguna, ficou de maio a
outubro no Estado junto à sua família, especialmente à sua mãe que reside em Campo Grande (MS), e no período adquiriu livros sobre o Pantanal e sobre a história do Estado, entrevistou pessoas e buscou causos regionais que pudessem inspirá-lo na construção de um roteiro original para ser filmado no Estado ainda este ano.
A experiência foi tão positiva que decidiu retornar no final do ano permanecendo em Campo Grande (MS) até o momento, onde deu continuidade ao roteiro de “Despalavras” (título provisório), ao mesmo tempo em que aprofundou pesquisas sobre a sua genealogia e histórias de família. “Desde meu último trabalho, o longa Copa 181, que estou imbuído de realizar meu próximo projeto em MS. Há 3 anos, realizei testes em Campo Grande para buscar atores para um projeto ainda em construção e, agora com a pandemia, estou aproveitando para aprofundar essas investigações e adequar o projeto às possibilidades e protocolos de segurança que serão necessários caso consiga filmar ainda neste ano, como é o meu objetivo inicial. A falta de fomento para o
audiovisual foi agravada pela situação sanitária, infelizmente, impactando sobremaneira a produção nacional. Entretanto, sempre fui um cineasta autoral e independente, mesmo tendo trabalhado com grandes nomes como Malvino Salvador, Erom Cordeiro, Miwa
Yanagizawa, Carlos Takeshi, entre outros”, ressalta Dannon.
Em janeiro, a pedido da conceituada escola CAL – Casa de Artes de Laranjeiras, do Rio de Janeiro, desenvolveu e ministrou o curso inédito “Atuação em Audiovisual: cinemas e séries”. A experiência online foi tão elogiada, que uma nova edição será realizada de 12 de abril a 10 de maio. Por sua iniciativa, está oferecendo 1 bolsa integral para indígenas e 1 bolsa integral para transexuais/travestis, pois compreende a importância da inclusão social na arte, especialmente de grupos historicamente minorizados.
BIOGRAFIA E FILMOGRAFIA
Natural de Guia Lopes da Laguna (MS), foi professor de danças folclóricas pantaneiras e gaúchas durante 15 anos. Em dezembro de 2005, estreou como dramaturgo e diretor teatral na peça “Amor Sacro e Profano”, inspirada na vida de Lydia Baïs. Em 2006, muda-se para o Rio de Janeiro para assumir o cargo de gerente de programação do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (RJ), uma das instituições mais respeitadas no Brasil e no exterior. No ano seguinte inicia sua formação audiovisual
(um sonho de infância), realizando 6 curtas e 1 longa-metragem, selecionados e premiados em dezenas de festivais.
No CCBB Rio de Janeiro, durante quase 14 anos, Dannon esteve à frente da seleção, curadoria e realização de projetos nas áreas de artes cênicas, cinema, exposição, ideias, música e programa educativo, orgulhando-se de ter realizado exposições como “O
Mundo Mágico de Escher” e “Dreamworks Animation”, que foram as mostras mais vistas no mundo. Também esteve à frente da equipe de programação em centenas de projetos de teatro que fizeram história na capital fluminense.
A paixão pelo cinema, que nasceu na infância em Guia Lopes da Laguna, foi a mola propulsora para a carreira que desenvolveu em paralelo às atividades no CCBB. De 2009 a 2017, dirigiu 6 curtas e 1 longa-metragem, além de ter concluído o curso de Direção Cinematográfica sob a orientação do cineasta Walter Lima Jr e a pós-graduação em Cinema e Linguagem Audiovisual. Em 2019, foi presidente do júri do Prêmio Félix no conceituado Festival do Rio. Em dezembro do ano passado, integrou a equipe de seleção dos curtas-metragens do mesmo Festival, avaliando centenas de trabalhos inéditos de realizadores brasileiros.
FILMOGRAFIA
- OMOIDÊ (RJ/FIC/12min/2009) – Diretor e co-roteirista
- DIÁLOGO (RJ/FIC/18min/2010) – Diretor e co-roteirista
- TRILOGIA “INDÍCIOS”, do Indícios Coletivo de Cinema – Filmes experimentais
destinados prioritariamente à investigação da linguagem cinematográfica e à pesquisa
de atuação em cinema com os atores Caetano O’Maihlan, Miwa Yanagizawa, Liliane
Rovaris, Bruno Dubeux e Carlos Takeshi, sendo:
INDÍCIOS 1 – Rindo à Porta Fechamos (RJ/FIC/9min/2012) Diretor e co-roteirista
INDÍCIOS DOIS (RJ/FIC/12min/2012) Diretor e roteirista
INDÍCIOS 3 – quanto tempo a gente precisa ficar andando no mesmo lugar para
dar um passo (RJ/FIC/12min/2013) – Diretor e co-roteirista - CINE CENTÍMETRO (RJ/FIC/15min/2013) – Diretor
- A MOÇA E O VELHO – ODAIR JOSÉ (RJ/Videoclipe/4min/2015) – Diretor
- COPA 181 (RJ/FIC/81min/2017) – Diretor e roteirista
OBS: no Brasil, o filme está disponível nas plataformas digitais Net Now, Google Play,
Vivo Play e Looke, por meio da O2 Play, e em diversos países como Estados Unidos,
México, Polônia, Alemanha, entre outros.
IV. PREMIAÇÕES
Omoidê – Melhor Curta no Festival Curta Como Quiser 2012 – São Paulo (SP); Melhor
direção no III Macaé Cine 2013 – Macaé (RJ).
Diálogo – Melhor curta nacional no Festival Mix Brasil 2011 – Rio de Janeiro (RJ).
Cine Centímetro – Melhor curta América do Sul no FestCine América do Sul – Campo
Grande (MS); Melhor filme, melhor direção, melhor fotografia, melhor edição e melhor
ator 141ª Mostra de Vídeo Independente – Porto Alegre (RS); Menção honrosa de
Melhor ator para Malvino Salvador no 2° Festival Brasil de Cinema Internacional – Rio
de Janeiro (RJ).
Copa 181 – Melhor longa-metragem internacional no Festival Internacional de Cinema
de Maipú (FICMAI) – Argentina; Melhor longa-metragem, direção, roteiro e ator
(Carlos Takeshi).
Alguns links de entrevistas audiovisuais:
SEM CENSURA – TV BRASIL
https://www.youtube.com/watch?v=493aYhSd51Y&t=43s
CINEMA EM OUTRAS CORES – CANAL BRASIL
https://www.youtube.com/watch?v=38dbOnW_TQY
ARTE COM SÉRGIO BRITO – TV BRASIL
https://tvbrasil.ebc.com.br/artecomsergiobritto/episodio/uma-entrevista-com-o-cineastadannon-lacerda