Mochilão: conheça o casal que passou seis meses viajando pela Ásia


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Mala ou Mochila
Reprodução/Mala ou Mochila

O casal começou as viagens em 2014 e desde então desbravam o mundo

Quem nunca teve aquela vontade de largar tudo por um tempo,  pegar uma mochila e sair viajando pelos 193 países do mundo? Essa ideia virou realidade pro casal formado pelo jornalista Mateus Carvalho e pela profissional de Relações Públicas Nathalia Brancato.  Começando pela Ásia , o casal visitou 19 países em 6 meses.

Hoje com 30 países visitados, os dois mantém um blog de viagens: o Mala ou Mochila . “A ideia foi era registrar a viagem, para não esquecer de nada. Temos essa facilidade de escrever e também se tornou algo para ajudar as pessoas com as nossas experiências”, diz Nathalia.

A aventura começou em 2014.  “Já tínhamos a vontade de viajar e inclusive visitado a  Tailândia em 2013, mas o plano começou mesmo seis meses antes de viajar, pois nos planejamos financeiramente e tínhamos a certeza de que na volta poderíamos nos realocar no mercado de trabalho”, conta.

Por que a Ásia?

Os dois também escolheram a Ásia para desmitificar que o Oriente Médio “é só bomba” e a Ásia se resume apenas à China. “A escolha também teve a ver com o blog, já que além da nossa vontade, a gente queria conhecer poucos lugares conhecidos. Os lugares escolhidos tinham poucas informações”, conta Mateus. 

Nathalia acrescenta: “Eu sempre tive vontade de conhecer o Oriente Médio e depois de uma visita para a Tailândia vimos que se começássemos pela Ásia, iríamos conhecer uma nova cultura”. Além dos atrativos culturais, pesou na escolha o fato da  Ásia ser muito mais barata para viajar e o clima do continente. “Viajamos 90% do tempo no verão”, conta.

A jornada dos viajantes também momentos dignos de filmes românticos. No meio da viagem, o casal resolveu visitar a Índia. “O país não estava nos nossos planos, tanto que não era vontade do Mateus de ir até à Índia, mas eu sempre quis conhecer o Taj Mahal e como o planejamento foi mudando de acordo com a viagem, compramos a passagem para lá. Quando compramos, eu sabia que ali eu deveria pedir o Mateus em casamento”, diz Nathalia. 

Como o Taj Mahal é uma maravilha do mundo feita pelo príncipe Shah-Jahan como forma de presentear a amada princesa Mumtaz Mahal, Nathalia pensou em mostrar o amor dela no monumento. “Em todos os pontos turísticos fazemos uma plaquinha com ‘obrigada por nos dar o mundo’ e tiramos foto, para mandarmos aos nossos pais. Ao invés dessa placa, fiz uma com ‘casa comigo?’. Na hora ele não entendeu muito bem, mas o Taj Mahal é uma das maiores demonstrações de amor do mundo e eu queria mostrar pra ele que eu amava ele do tamanho do mundo”, diz. 

Como toda viagem, também há alguns perrengues

Apesar de toda a experiência, Nathalia contou que mesmo sem abrir uma caixa de curativos durante a viagem, eles passaram por algumas situações podem ser consideradas perrengue. “Ficamos 27 horas viajando entre o Vietnã e o Laos. As primeiras 24 horas foram tranquilas, mas as 3 restantes foram pesadas viu?”.

Além dos longos trajetos, eles relatam outras situações difíceis vividas na China e no Camboja. “Na China tivemos muita dificuldade, pois ninguém fala inglês e não tem o costume de ajudar turistas. Já no Camboja, iríamos para uma ilha que não entra carro. Quando chegamos para pegar o barco, estava chovendo e o governo fechou a travessia por 5 dias. Foi logo na virada do meu aniversário, que pensava em passar em um lugar paradisíaco mas passei na chuva em um hotelzinho sem nada para fazer”, diz.

Nathalia conta que outra situação inesperada foi com relação ao vestuário nos países muçulmanos, nos quais as mulheres são fortemente recomendadas a não utilizar roupas curtas, como shorts. “No Egito eu pensei que poderia sair de shorts, dei dois passos para fora do hotel e tive que voltar e me trocar, na Jordânia também, mas foi até mais tranquilo, porque no Egito, tem muitos olhares e assédios mesmo de calça, me senti bem mais insegura”.

Tirando os perrengues, os dois concordam que a viagem foi praticamente perfeita e todos os países foram muito legais, menos a China. “Ninguém fala inglês e não fazem questão de te ajudar. Tudo é muito longe, a comida é meio ruim e foi meio difícil de transitar pelo país”, diz.

Nathalia diz quea Indonésia e Bali foram seus locais preferidos. “Bem, a cada dia eu mudo a minha preferência, mas no momento estes dois foram os melhores, Indonésia porque é lindo e foi logo após a China. Já Bali, com praias lindas e paradisíacas. É difícil julgar, tem país que ficamos uma semana, então tomamos cuidado e não queremos influenciar negativamente”, aponta.

Quer viajar? Então siga algumas dicas

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Reprodução/Mala ou Mochila

O casal tirava fotos com plaquinhas para os pais saberem onde eles estavam

“Comece guardando dinheiro, tenha um seguro viagem decente, e é muito importante ter cartão de crédito internacional ou um meio que te salve em alguma emergência”, diz Nathalia.

Ter um roteiro ao invés de ir com a cara e a coragem podem mudar  a viagem. “Estabelecemos o mínimo de roteiro saindo do Brasil e planejávamos os próximos passos reservando on-line. É muito arriscado chegar numa cidade sem hotel, pois você corre o risco de não ter lugar ou pagar mais caro. Fazíamos contas e tínhamos o orçamento diário, conseguimos voltar com sobras e nos organizamos muito bem”, conta.

Por fim, os viajantes recomendam não focar apenas nas experiências “instragramáveis”. “A melhor experiência são as pessoas, cruzamos com pessoas incríveis, que falamos até hoje e que hospedamos no Brasil. Pessoas que quando menos esperávamos ajudaram a gente, levou até o hotel, pagou táxi e com certeza qualquer viagem vale a pena se você cruza com pessoas incríveis como cruzamos”, diz Nathalia.

Quais os próximos passos?

Para o casal, o foco por enquanto é ir para destinos menos populares. “O mundo é gigante, temos vontade de conhecer tudo. As pessoas falam que não conhecermos a França, Itália e tal porque gostamos apenas de países exóticos. Mas eu quero visitar qualquer canto, só que no momento priorizamos países que dependam do nosso esforço físico e coragem, quanto mais velho mais queremos lugares confortáveis, então como somos jovens, podemos e temos vontade de ir para lugares menos confortáveis e menos explorados”, afirma.  

Fonte: IG Turismo