Produtores rurais se preocupam com seca, após safras recordes

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Em Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, as sementes estão cozinhando e não conseguem germinar, devido às altas temperaturas.

A chuva vai ser muito bem-vinda entre produtores rurais que estão preocupados com a seca que atingiu as lavouras.

Em Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, as sementes estão cozinhando e não conseguem germinar.

“O solo está com a temperatura elevadíssima. Cozinha o grão, não germina. Ela vai inchar e apodrecer ali”, explica o engenheiro agrônomo Victor Sanches.

Dos 24 mil hectares semeados em uma fazenda em Diamantino, 1.200 terão de ser replantados, o que nunca havia acontecido.

No Rio Grande do Sul, outro importante produtor, 70% dos municípios já decretaram situação de emergência por causa da seca.

Em Santo Cristo, o solo está tão seco que as máquinas não conseguem fazer o plantio.

“A gente está com uns plantios todos parados. Até nossa região não plantou praticamente nada”, conta o produtor rural Elton Froehlich.

É uma situação que se repete também em Goiás. Em 2020, o mês de novembro foi um dos piores das últimas quatro décadas quando o assunto é chuva. Desta vez, o volume ficou 42% abaixo da média histórica. Quanto menos chuva na hora certa, mais problema no desenvolvimento das lavouras e mais custos para o produtor.

“É mais semente que está sendo jogada, mais óleo diesel, mais tempo gasto e você vai estar plantando agora em dezembro que não é algo indicado. Sempre que você entra dezembro plantando, já é produtividade menor porque você pega condições mais adversas”, avalia Leonardo Machado, coordenador do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária.

Outra dor de cabeça para os produtores é que muitos deles venderam antecipadamente a produção de 2021.

“A gente se preocupa sim em talvez não conseguir cumprir estes contratos, tanto da soja quanto do milho”, diz o produtor rural Fabrício Dambros.

“Depois que o produtor planta, não tem outra solução. É rezar aí para poder chover. Se Deus quiser ela vai vir logo aí”, afirma o também produtor rural Ivan Brucelli.

Fonte: g1