Novo decreto com restrições sai na sexta e já pode definir proibição de bebida alcoólica

Midiamax

De acordo com o prefeito Marquinhos Trad, bebida alcoólica associada ao trânsito gerou mais acidentes e sobrecarregou os leitos de Campo Grande.

Após dois finais de semana de restrições semelhantes a um lockdown, a Prefeitura de Campo Grande concluiu que as restrições não foram eficientes em Campo Grande. Apesar do isolamento ter aumentado, o número de aglomerações e entradas nas UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) por acidentes de trânsito foi maior. Com isso, a gestão deve publicar um novo decreto na sexta-feira (31), que pode proibir a venda de bebidas alcoólicas na Capital.

A possibilidade da proibição deste tipo de bebida já havia sido comentada pelo prefeito. De acordo com Marquinhos Trad(PSD), a sugestão da medida foi feita por uma moradora da cidade. A ideia, ainda em análise, é que conveniências vendam somente bebidas alcoólicas em estado natural, ou seja, sem estarem geladas.

Porém, o próprio prefeito apontou falhas na restrição e afirmou que a Prefeitura não terá como fiscalizar todas as conveniências e bares da Capital. “Nós não vamos ter como fiscalizar gente, mas vai depender muito do dono, da conveniência, do bar”.

Além disto, ressaltou que os dados dos últimos finais de semana apontam que “as pessoas deixaram de beber em bares, conveniências e lanchonetes, mas as pessoas estão fazendo festas residenciais”. Em transmissão ao vivo, Marquinhos lembrou que o decreto do toque de recolher vai até a sexta-feira (31).

“Nós estamos estudando e a partir de agora a gente vai começar a fazer junto com os técnicos, aquilo que a população de uma vez por todas vai ter que nos ajudar. Até sexta-feira nós vamos fazer todos os levantamentos e aí vamos anunciar na sexta-feira (31) as medidas que serão adotadas”.

Bebidas alcoólicas e trânsito

“O certo é que bebida alcoólica e trânsito não dão certo”, afirmou o prefeito. De acordo com ele, 78,3% das pessoas que deram entradas nos hospitais no dia 25 e 26 estavam alcoolizadas. O prefeito ressalta ainda que maior parte desses acidentes estão ocupando leitos disponíveis nos hospitais da cidade.

Como exemplo, citou a Santa Casa, que atingiu a lotação máxima de ocupações dos leitos de UTI. “A situação da Santa Casa, que é o polo de atendimento da cidade para todos os acidentes de trânsito e violência entre as pessoas, também ficou sobrecarregada”.

Nos dois primeiros finais de semana de julho, quando não havia o lockdown, foram registradas 470 entradas no hospital. Já no final de semana com o lockdown, foram 410 pessoas foram hospitalizadas na Santa Casa. “Um redução de 13% apenas, ou seja, a média de internados por adultos não Covid-19 nesse mês de julho continua com a ocupação bem maior do que aqueles que possuem [coronavírus] e precisam de um leito”.

Dos leitos da Santa Casa, o prefeito informou que 121 são para pacientes não Covid-19 e 105 leitos de UTI são para infectados por coronavírus. “O número de pessoas internadas sem Covid-19 é bem maior do que os que estão com Covid-19, existe a ocupação de 110 com Covid”. Além disto, ele citou exemplos de chamadas do SAMU que foram direto para Santa Casa e “muitas delas ocuparam leitos de UTI”.

Nos dias 25 e 26 de julho as chamadas mais frequentes foram: 11 acidentes com motocicletas, 10 atropelamentos de carro com bicicleta, 35 acidentes de carro com motocicleta, 13 ferimentos com faca, 17 violência doméstica que causaram politraumatismo, 15 quedas de motocicletas. “A maioria desses acidentes pararam em leitos de UTI da Santa Casa”.