32 ONGs pedem urgência ao STF para análise de ação que cobra medidas de proteção ao Pantanal contra incêndios

As organizações destacam que enquanto a ‘Arguição de Descumprimento Fundamental’ tramita na corte, o bioma segue em risco de ‘dano irreparável’.

32 Organizações Não Governamentais enviaram uma carta, com destino aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux e Ministra Rosa Weber, solicitando que a corte analise com urgência uma ação (Arguição de Descumprimento Fundamental n.º 857 ) que pede fiscalização e planos de combate estruturados, em razão dos incêndios do Pantanal.

A carta explica que a “Arguição de Descumprimento Fundamental”, em específica, tramita no STF desde junho deste ano e, em momento algum, não foi apreciada e avaliada. Na época, a ação foi designada ao então ministro Marco Aurélio, que se aposentou logo depois do protocolo da arguição.

“Após a aposentadoria do Ministro Marco Aurélio, foi solicitada a redistribuição da ação diante da urgência do caso, ou que a própria Presidência do Tribunal apreciasse a matéria. Como o referido pedido ainda não foi apreciado até hoje, a ação está sem Ministro Relator, impedindo qualquer decisão sobre os pedidos urgentes já formulados”, detalham na carta.

32 ONGs pedem urgência ao STF para análise de ação que cobra medidas de proteção ao Pantanal contra incêndios

O pedido de arguição solicita que os governos federal e estaduais (Mato Grosso do Sul e Mato Grosso) atuem com a finalidade de evitar a “destruição do território pantaneiro pelo fogo”. No comunicado ao STF, as ONGs dizem que enquanto a ação segue sem relator, o Pantanal continua em chamas e registrando números crescentes de incêndio.

Porém, em nota, o STF disse que “os pedidos de urgência serão direcionados para o ministro imediatamente mais novo após o aposentado, no caso o ministro Gilmar Mendes”. Ainda conforme a nota do STF, “não é correto dizer que o processo está sem relator porque o regimento prevê que, na ausência do relator (até chegar o substituto do ministro Marco Aurélio)”.

A corte salientou que cabe ao ministro Gilmar Mendes analisar os pedidos de urgência relativos a ação. “Agora, a área técnica do tribunal vai repassar ao ministro Gilmar Mendes esses pedidos que foram apresentados. A redistribuição só ocorre em casos excepcionais previstos no regimento (HCs, extradições, artigo 68)”, finalizaram.

ONGs que assinaram a carta

Observatório do Clima

Observatorio Pantanal

SOS Pantanal

Onçafari

Instituto Homem Pantaneiro – IHP

SOS Mata Atlântica

Instituto de Estudos Socioeconômicos – Inesc

Instituto Talanoa

Conectas Direitos Humanos

Instituto Socioambiental – ISA

Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN

Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação – SPVS

Instituto BVRio

Mater Natura – Instituto de Estudos Ambientais

Org Brasil

Projeto Saude e Alegria

Projeto Hospitais Saudáveis

CIUPOA – Centro de Inteligência Urbana

Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – Apremavi

Centro de Trabalho Indigenista – CTI

Instituto 5 Elementos

Alana

Rede GTA

Instituto de Energia e Meio Ambiente – IEMA

Grupo Ambientalista da Bahia – GAMBÁ

Instituto de Pesquisas Ecológicas – IPÊ

Instituto Internacional de Educação do Brasil – IEB

Instituto Centro de Vida – ICV

Amigos da Terra – Amazônia Brasileira

Climate Smart Institute

Uma Gota No Oceano

Greenpeace Brasil

Fogo no Pantanal

Segundo o Ibama, com base nos últimos dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no bioma Pantanal já foram queimados 1.157 mil hectares neste ano.

No Pantanal de Mato Grosso do Sul são 934.275 hectares e no de Mato Grosso, 221.850 hectares.

Para dar resposta o mais rápido possível a ribeirinhos e à natureza, os militares desenvolvem na região a operação Hefesto. São diversos bombeiros de várias unidades se revezando no combate ao fogo. Brigadistas do Ibama também trabalham no controle ao fogo, que, na semana passada, destruiu a casa de uma família ribeirinha e formou um ‘paredão’ de fumaça perto de uma escola.

Fonte: G1